Embora a qualidade das águas do rio Sena em Paris tenha apresentado melhorias, o rio ainda enfrenta desafios significativos para atingir padrões totalmente seguros para o banho e consumo. Em entrevista ao programa Natureza Viva, da Rádio Nacional da Amazônia, neste domingo (11), o professor César Pegoraro, educador ambiental da ONG SOS Mata Atlântica, destacou que o Sena, apesar de estar muito mais limpo, ainda necessita de um esforço contínuo de despoluição. “Há muito trabalho a ser feito para que a gente atinja níveis plenamente seguros e saudáveis desse rio”, afirmou.
Pegoraro, que recentemente voltou da França, elogiou a situação atual do Sena, mencionando que o rio é “absurdamente limpo” e “convidativo”. Ele observou a presença de uma rica diversidade de peixes e a atividade de cidadãos utilizando caiaques e barcos no rio. No entanto, ele ressaltou que a poluição difusa, como resíduos de veículos e lixo urbano, continua a afetar a qualidade das águas. A França investiu cerca de 1,4 bilhões de euros em infraestrutura para reduzir a poluição, mas ainda enfrenta problemas relacionados a treinos cancelados e atletas passando mal devido à poluição.
O professor Pegoraro também sugeriu que o Brasil poderia aprender com a experiência francesa, enfatizando a importância do investimento em saneamento básico e educação ambiental. “O saneamento básico tem que ser um projeto cidadão. Nós, enquanto eleitores, eleitoras, temos que exigir essa dignidade que é ter saneamento básico em todas as moradias, em todas as cidades”, afirmou. Ele destacou que a combinação de investimento financeiro com mudanças na consciência pública é crucial para melhorar a qualidade das águas nos rios urbanos brasileiros.
Fonte e fotos: Agência Brasil.