Há cerca de 20 anos, estudantes e professores do campus regional de Montes Claros cultivam hortos em escolas, penitenciárias e outras instituições do município para contribuir com a formação de jovens e adultos e criar possibilidades de geração de renda para as famílias por meio do cultivo agroecológico e do manejo sustentável de plantas terapêuticas.
Uma das frentes do projeto de extensão Olericultura e plantas medicinais na formação de jovens e adultos, coordenado pelo professor Ernane Martins, é a Casa de Cura, que está sendo implantada em Bocaiúva, no Assentamento Prof. Mazan, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Quando planejamos fazer esse trabalho nos assentamentos ligados ao MST, conversamos com a comunidade para saber exatamente o que ela queria. Fizemos nossa proposta, interagimos e chegamos à definição de que teríamos de montar dois hortos medicinais, um em Bocaiúva e outro em Montes Claros”, conta Martins.
Para a agricultora Selma Ferreira, do Assentamento Prof. Mazan, o projeto possibilitou a continuidade da transmissão de conhecimento para as gerações futuras. “Na minha infância, fui uma pessoa muito doente. E eu fui tratada com remédios de casa. Os vizinhos que tinham algum conhecimento e meus avós ajudavam meus pais”, relata ela.
Análises fitoquímicas
As plantas cultivadas no horto de Bocaiúva são tanto nativas quanto exóticas. No caso das exóticas, foi dada preferência àquelas que figuram nos programas de fitoterapia do Sistema Único de Saúde (SUS). Ernane Martins destaca que os resultados do cultivo serão avaliados posteriormente nos laboratórios do campus regional, com a finalidade de garantir a qualidade do produto por meio de análises fitoquímicas.
Fonte e Foto: Universidade Federal de Minas Gerais