O Programa Miguilim, iniciativa do Governo de Minas que realiza triagens visuais e auditivas para estudantes da rede pública, começou a ser implantado em escolas indígenas do estado. A ação piloto foi lançada na região de Itabira, abrangendo os municípios de Carmésia e Guanhães, com atendimento previsto para 211 estudantes indígenas entre 5 e 18 anos.
Nos dias 20 e 21 de maio, equipes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e da Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) realizaram uma visita técnica a Carmésia e Guanhães para iniciar o projeto nas escolas indígenas locais. O trabalho é desenvolvido em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), lideranças das comunidades, a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira e a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Guanhães.
A subsecretária de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG, Camila Castro, destacou que o programa já percorreu diversas escolas do estado e agora avança para fortalecer as ações nas comunidades indígenas. “Estamos dialogando com lideranças e as secretarias municipais de Educação e Saúde para ampliar o alcance dessas ações”, afirmou.
Para a analista educacional da SEE-MG, Sílvia Moraes, o projeto piloto foi especialmente pensado para atender às necessidades dos estudantes indígenas. Ela ressaltou a importância do cuidado com as dificuldades visuais, que podem impactar diretamente no aprendizado. “Essa parceria entre Saúde e Educação é fundamental para garantir um ensino mais inclusivo para os povos originários de Minas”, explicou.
Durante a visita do dia 21 de maio, na Escola Estadual Bacumuxá, localizada na aldeia Pataxó, foi realizada uma capacitação com profissionais de saúde e educação das redes indígenas de Carmésia e Guanhães. O objetivo foi prepará-los para identificar sinais de problemas relacionados à visão e audição, fatores essenciais para o bom desempenho escolar.
Andressa Duarte, referência técnica em Saúde Indígena da GRS Itabira, afirmou que o programa deve contribuir para diminuir as desigualdades no atendimento à saúde dos povos indígenas. “Embora o atendimento no Programa Miguilim seja igual para todos os estudantes, é necessário considerar as especificidades culturais e linguísticas das comunidades indígenas”, destacou. Ela reforçou a importância de capacitar os profissionais que atuarão diretamente nas aldeias.
O nome do programa é inspirado no personagem Miguilim, criado pelo escritor Guimarães Rosa. Miguilim, um menino do sertão, não compreendia o mundo adulto até ganhar seus primeiros óculos, que lhe revelaram uma nova realidade, cheia de detalhes antes desconhecidos.
O Programa Miguilim tem como objetivo garantir a saúde visual e auditiva dos estudantes da rede pública de Minas Gerais por meio de triagens nas escolas, encaminhamento ao atendimento especializado, fornecimento de óculos e aparelhos auditivos, além de custear consultas e exames complementares. Agora, essa política de saúde também está chegando às escolas indígenas, ampliando o acesso e a inclusão.
Até 2026, a expectativa é que o Programa Miguilim esteja implementado em todas as escolas indígenas do estado, garantindo que mais crianças e adolescentes tenham acesso à saúde e melhores condições para o aprendizado.
Fonte e foto: Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais