Gerido pela Seapa e por entidades públicas e civis, Cooperaf viabiliza aplicação de recursos para o crescimento das pequenas agroindústrias
Aquisição de maquinário, contratação de profissionais especializados, capacitação de funcionários, criação de novos produtos, regularização sanitária: essas são algumas das atuações da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) para a evolução das várias cooperativas que compõem a entidade.
A Unicafes é uma das entidades beneficiadas por recursos geridos pelo Programa Estadual do Cooperativismo da Agricultura Familiar e Agroindústria Familiar de Minas Gerais (Cooperaf).
O programa foi criado em 2020 para contribuir de forma mais robusta com um cenário de 191 cooperativas do ramo agropecuário no estado, que geram 19.519 empregos diretos, conforme dados de 2023 do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg).
Em relação às agroindústrias familiares, são 32.719 no estado, responsáveis por uma produção anual superior a 146 mil toneladas de produtos, segundo levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), em 727 municípios.
A sede da Unicafes fica em Carangola, na Zona da Mata, mas a instituição está presente em outros 20 estados. O representante da instituição, Getúlio Gomes Vieira, conta que, ao todo, já são cerca de R$ 5,3 milhões investidos para estruturar desde a produção até a venda dos produtos dos cooperados.
Os recursos foram obtidos por intermédio da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e através de um termo de fomento, executado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
“Se dependêssemos só dos nossos recursos, demoraríamos muitos anos para crescer. As contratações dos profissionais, por exemplo, não seriam possíveis sem a parceria com o Governo de Minas. A comercialização com os governos também dá uma segurança e estabilidade de preço para os agricultores terem garantias para produzir e organizar a produção”, explica Getúlio Vieira.
Mas os benefícios vão além. Os agricultores ganharam na credibilidade e no volume comercializado, o que, inclusive, impulsionou o cultivo de outros produtos na região. “Isso gera emprego e renda na comunidade, e acaba alavancando também o comércio local. O cooperativismo, apoiado pelo Governo de Minas, transforma a vida das pessoas”, avalia.
Pessoas como Gilmar Barbosa, pequeno produtor de café e banana na comunidade Conceição, no município de Carangola. Vivendo e trabalhando na roça desde que nasceu, o agricultor de 64 anos participa do movimento cooperativista há muitos anos e acredita que a união é a saída. “Trabalhar cooperado é valorizar o nosso produto”, afirma.
Para Gilmar, tudo que o governo fizer para fortalecer a organização dos trabalhadores rurais e das cooperativas é benefício para o trabalhador também. E, com isso, filhos e netos continuam no campo. O agricultor ainda dá um conselho. “Procurem conhecer as suas cooperativas e acreditem uns nos outros para trabalhar de forma organizada, que a gente colhe os frutos”.
Trabalho colegiado
O perfil de entidades beneficiadas por meio do Cooperaf é sempre da agricultura familiar, explica a assessora técnica e secretária executiva do Colegiado Gestor do programa, Sandra Regina Carvalho dos Santos.
No balanço de quatro anos, a avaliação que ela faz é de que, quando bem compreendidos e geridos, os resultados dos empreendimentos coletivos superam a ação individual. “Por isso mesmo, um programa de Estado que vise fomentar e valorizar as organizações coletivas em prol da agricultura familiar se faz tão importante quanto necessário”.
“O Cooperaf segue firme com seu foco na geração de emprego e renda, pelo fortalecimento do cooperativismo e da agroindústria familiar mineiros”, enfatiza Sandra Regina.
O programa tem um plano de atividades contínuo, que é monitorado e atualizado regularmente pelos membros do Colegiado Gestor. São três eixos prioritários de atuação: a articulação, a capacitação e a estruturação física dos estabelecimentos da agricultura familiar. O colegiado é coordenado pela Seapa e conta com outros 13 representantes de entidades civis e públicas.
Sempre com o foco em planejar, coordenar, executar e monitorar as ações voltadas ao desenvolvimento das cooperativas da agricultura familiar e das agroindústrias familiares de Minas Gerais, cada entidade tem uma série de ações dentro do seu escopo de atuação voltadas para os objetivos do Cooperaf.
A Seapa, por meio de sua Superintendência de Abastecimento Alimentar e Cooperativismo, por exemplo, atua no âmbito do aprimoramento, capacitação e regularização das agroindústrias de queijos artesanais e da cachaça de alambique mineira, por meio de suas entidades vinculadas Emater-MG e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Fonte: Agência Minas
Foto: Diego Vargas/ Seapa