A produção da indústria brasileira recuou 0,6% na passagem de outubro para novembro de 2024, marcando o segundo mês consecutivo de queda. Em outubro, o setor já havia registrado uma redução de 0,2%. Esses números foram divulgados no dia 8 de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Industrial Mensal.
Apesar dos recuos recentes, o acúmulo do ano (nos primeiros 11 meses de 2024) é positivo, com uma alta de 3,2%. Já em termos de 12 meses, a produção industrial registrou uma expansão de 3%. No entanto, a indústria ainda está 1,8% abaixo do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 15,1% abaixo do pico histórico registrado em maio de 2011.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, as perdas no setor industrial nos meses de outubro e novembro (acumuladas em 0,8%) podem ser atribuídas a fatores como a desvalorização do real em relação ao dólar e o aumento da taxa básica de juros (Selic), que impacta tanto consumidores quanto empresários.
“Não imagino que o aumento de juros já tenha um efeito direto, porque começou em setembro, mas claro que isso gera impacto na expectativa de consumidores e empresários”, avaliou Macedo. Ele também destacou o impacto dos preços elevados dos alimentos, que comprimem o orçamento das famílias e reduzem o consumo de bens de consumo, afetando diretamente a produção industrial.
Na comparação de novembro de 2024 com novembro de 2023, a produção industrial registrou uma alta de 1,7%, representando a sexta expansão consecutiva nesse tipo de comparação interanual. Esse crescimento foi um alívio, mostrando um desempenho relativamente positivo do setor ao longo do ano.
Analisando o desempenho entre outubro e novembro de 2024, o IBGE identificou que 19 dos 25 ramos industriais apresentaram resultados negativos. Entre os setores com maior impacto negativo, destacam-se os veículos automotores, reboques e carrocerias, que apresentaram uma queda significativa de 11,5%, e o setor de coque (derivado do carvão), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com uma redução de 3,5%.
Apesar dessa queda acentuada na produção de veículos, Macedo destacou que o setor de automóveis ainda apresenta saldo positivo em relação ao fim de 2023, com um crescimento de 14,2%.
O resultado de novembro de 2024, com uma queda de 0,6%, é o menor registrado para o mês desde 2019, quando a produção industrial também teve um recuo mais forte de 2,3%.
Com as informações da Agência Brasil
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