A Prefeitura de Estreito, no Maranhão, declarou neste sábado (28) situação de emergência em decorrência do colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que atravessa a BR-226, ligando o município maranhense à cidade de Aguiarnópolis, no Tocantins. O incidente ocorreu no último domingo (22), quando o vão central da estrutura de 533 metros de extensão cedeu, resultando na queda de vários veículos que trafegavam pela ponte no momento do desastre.
O desabamento provocou a morte de nove pessoas, enquanto outras oito seguem desaparecidas. Uma vítima foi resgatada com vida. Equipes de mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros continuam os trabalhos de busca, com o objetivo de localizar os desaparecidos.
O decreto de emergência, assinado pelo prefeito Leoarren Túlio de Sousa Cunha, tem uma validade inicial de 180 dias e leva em consideração os impactos ambientais, humanos e econômicos causados pelo acidente. A medida visa facilitar a obtenção de recursos estaduais e federais para ações emergenciais, mitigação dos impactos e recuperação das condições normais da região. “O município mobilizou recursos humanos e materiais em larga escala, mas enfrenta o esgotamento desses recursos, sendo indispensável o apoio técnico e financeiro estadual e federal”, afirma o documento.
A tragédia também gerou uma preocupação com a poluição do Rio Tocantins, onde diversos veículos, incluindo caminhões carregados com produtos perigosos como agrotóxicos e ácido sulfúrico, caíram. Na segunda-feira (23), as autoridades dos estados do Maranhão e Tocantins emitiram um alerta à população para evitar o consumo, uso e banhos nas águas do rio, especialmente na área próxima ao local do acidente.
Em resposta a essa situação, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizou testes nas águas e, na quarta-feira (25), publicou um parecer técnico afirmando que não há risco iminente de contaminação, embora o monitoramento continue. No entanto, a prefeitura de Estreito alerta para a possibilidade de “contaminação significativa” do rio, devido ao vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas.
O impacto na população local foi substancial. Mais de 19 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente pelo desastre, e as atividades econômicas da região, como a agricultura, pesca e abastecimento de água, sofreram prejuízos consideráveis.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já está no local, com uma força-tarefa montada para dar apoio à população, que inclui a contratação de balsas para a travessia do rio, além de investigar as causas do colapso da ponte. Na terça-feira (24), o Ministério dos Transportes também publicou um decreto de emergência, destinado a liberar R$ 100 milhões para a construção de uma nova ponte e a remoção dos escombros da estrutura destruída.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Prefeitura e Estreito / Divulgação