A Prefeitura de Belo Horizonte apresentou nesta quarta-feira (04) o balanço da Campanha de Multivacinação 2024 e as ações de conscientização realizadas para ampliar as coberturas vacinais na capital. Durante a mobilização, de 4 a 29 de novembro, foram aplicadas 81.927 mil doses dos imunizantes – que por fazerem parte do calendário básico de vacinação seguem sendo disponibilizados nos 153 centros de saúde e no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante.
Comparando os dados de vacinação em outubro e novembro deste ano – antes da campanha e no período da mobilização –, o número de aplicações teve um aumento de 92,1%, saindo de cerca de 42.646 doses para 81.927. Dessa forma, diversos imunizantes apresentaram melhora na cobertura, como foi o caso da vacina contra hepatite A, que saiu de 87% para 90% para o público de 1 ano; contra a febre amarela, que foi de 82% para 86% para a faixa etária de 4 anos; e contra a meningite que estava com o índice em 48% e, agora, está em 52% em menores de 1 ano.
Para alcançar esse resultado, a Secretaria Municipal de Saúde reforçou a mobilização com a atuação da equipe do Mobiliza SUS, a realização de um Dia D, a distribuição de materiais informativos e a afixação de cartazes em equipamentos públicos. Todas essas estratégias foram implementadas para ampliar e facilitar o acesso das pessoas às vacinas. Para o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias, a resposta da população foi positiva.
“Em pouco mais de 20 dias aplicamos quase 82 mil doses. Esse resultado foi muito significativo e, por isso, agradeço às equipes da rede SUS-BH e também aos pais, mães e responsáveis que se conscientizaram. Manter a caderneta de vacinação atualizada deve ser um cuidado contínuo não só para crianças e adolescentes, mas também para os adultos. Só assim conseguiremos garantir proteção contra diversas doenças”, ressaltou o secretário.
Apesar de toda a mobilização e disponibilização das doses da Qdenga, a cobertura vacinal do imunizante contra a dengue ainda segue muito abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de, no mínimo, 90%. Para se ter uma ideia, de um público de mais de 222,6 mil pessoas de 6 a 14 anos, somente 36,4% receberam a primeira dose. E apenas 11,90% concluíram o esquema vacinal com a segunda dose. A Secretaria Municipal de Saúde reforça a necessidade de o grupo elegível receber a vacina para evitar as formas mais graves da doença.
Prevenção à dengue e outras arboviroses
A Prefeitura de Belo Horizonte mantém o monitoramento contínuo dos dados epidemiológicos na cidade. Em 2024, até o momento, foram confirmados 208.797 casos de dengue e 124 óbitos. Além de 10.313 registros de chikungunya e 13 mortes. Em relação à zika foram 14 casos notificados, investigados e descartados. Cabe destacar que neste ano o município enfrentou a pior epidemia de sua história.
Para garantir a prevenção às arboviroses, além da oferta de vacinas contra a dengue para o público de 6 a 14 anos, durante todo o ano a Secretaria Municipal de Saúde adota diversas ações de prevenção à dengue, chikungunya e zika, tais como vistorias em imóveis, inclusive com o apoio de outras secretarias.
Os Agentes de Combate a Endemias (ACE), por exemplo, percorrem imóveis da cidade reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água, já que esses locais podem se tornar criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor das doenças. Nessas visitas também são repassadas dicas sobre como eliminar os focos e, se necessário, é feita a aplicação de biolarvicidas. Só este ano já foram realizadas mais de 3,7 milhões de vistorias.
Há também a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos. O inseticida utilizado nessa estratégia é o mesmo dos populares “carros de fumacê”. A diferença está na aplicação adotada pelo município. Em vez de utilizar veículos para a dispersão do produto, os agentes são equipados com bombas costais motorizadas para aplicar de forma direcionada em pontos específicos. Em 2024 foram realizadas ações em mais de 169 mil imóveis.
Outra importante iniciativa é o monitoramento de focos por meio do uso de drones, que são utilizados para a captação de imagens e aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco. Esse ano foram realizados 111 sobrevoos considerando as nove regionais do município, alcançando mais de 15 mil imóveis.
Mutirões de limpeza são realizados pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. Em 2024 já foram feitos 250 mutirões, com o recolhimento de mais de 672 mil toneladas de resíduos, em mais de 118 mil imóveis. Para mobilizar a população, dias antes do mutirão os agentes percorrem as ruas onde será realizada a ação, informando à população a data e horário.
As 1,7 mil ovitrampas – armadilhas instaladas em pontos estratégicos das regionais – são utilizadas para monitorar a circulação do Aedes aegypti e intensificar ações preventivas em áreas com maior número de mosquitos. As estruturas simulam o ambiente ideal para a reprodução e possuem uma substância que atrai as fêmeas. Somente em 2024 foram realizadas mais de 70 mil visitas para o monitoramento.
O método Wolbachia é outra ação complementar para o controle e prevenção da dengue, zika e chikungunya. Trata-se de uma bactéria que é transmitida para humanos ou animais. Os mosquitos que carregam esse microrganismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo o risco dessas doenças. Cabe esclarecer que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti.
Outra ação, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, é o projeto EducaZoo. O objetivo é levar orientações aos alunos de escolas municipais da capital para que eles atuem como multiplicadores das informações. A abordagem a esses assuntos é realizada de forma divertida e descontraída, com jogos de trilha do saber e memória, dominós, cruzadinhas e caça-palavras. Também são feitas apresentações do grupo Mobiliza SUS.
Reforço assistencial
Além dos dados epidemiológicos, Belo Horizonte monitora a situação assistencial da capital, para avaliar a necessidade de ampliação de serviços da rede SUS-BH. O Comitê Operacional de Emergências de Arboviroses (COE-ARBO) promove reuniões semanais para estabelecer estratégias ágeis de cuidado da população.
Com o acompanhamento, é possível verificar a necessidade de implantação de novas medidas para o acesso da população aos serviços de saúde, como a ampliação do horário de funcionamento dos centros de saúde e abertura dessas unidades aos sábados, domingos e feriados.
A contratação de novos profissionais, a abertura de hospitais de campanha ou provisórios e centros específicos para o atendimento e hidratação de pessoas com sintomas de dengue, zika ou chikungunya, ampliação de leitos hospitalares e teleconsultas ofertadas pela Prefeitura integram o rol de medidas a serem adotadas pela PBH quando necessário, considerando a avaliação epidemiológica.
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte
Foto: Rodrigo Clemente / PBH