A Prefeitura de Belo Horizonte desenvolve um grande projeto para o fortalecimento do Museu de Arte da Pampulha (MAP), com a restauração do edifício sede e a ampliação das estruturas com a implantação do espaço denominado CASA MAP. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o edifício que abriga o MAP, inaugurado em 1943, integra o Conjunto Moderno da Pampulha e receberá a maior restauração de sua história, potencializando suas condições museológicas e reafirmando o Museu como um dos mais importantes do país.
Para atender às necessidades da Museologia contemporânea, o MAP também terá ampliadas suas estruturas com um novo espaço, a CASA MAP, que será uma das mais modernas reservas técnicas do país e acolherá a Biblioteca e o Centro de Documentação (CEDOC-MAP).
A criação da Casa MAP vai viabilizar o início da restauração da sede do museu, uma vez que é necessário que as reservas técnicas sejam transferidas para um local com condições adequadas para a preservação das obras artísticas. Este projeto representa uma grande conquista para o MAP e para Belo Horizonte, com a construção de instalações altamente qualificadas para a guarda e processamento de acervos, além de um espaço de pesquisa para a comunidade artística e a população como um todo.
Com essas ações, o Museu de Arte da Pampulha se fortalece enquanto instituição museológica de referência internacional no cenário artístico, com um movimento de expansão e qualificação inédito em sua história.
A Casa MAP
A Casa MAP, que já está em fase avançada de obras, é um imóvel de propriedade do município, que abrigou a estação de bombeamento de água da Pampulha inaugurada na década de 1940. O espaço fica no entorno da Lagoa da Pampulha (Av. Otacílio Negrão de Lima, 2202) e está dentro do perímetro principal (Core Zone) do Conjunto Moderno da Pampulha, inscrito na Lista do Patrimônio Mundial.
Para adequá-lo à nova função, o projeto considerou a qualidade na preservação de acervos e, além das reservas técnicas, incluirá laboratórios para análise e processamento de obras, setor administrativo, espaço educativo, espaço de recepção, biblioteca e o próprio Centro de Documentação (CEDOC-MAP). O projeto foi acompanhado pelos especialistas em preservação de acervos que compõem o corpo técnico altamente qualificado do MAP.
A Casa MAP conta com duas edificações que estão sendo adaptadas e ampliadas. O edifício histórico receberá o CEDOC e a biblioteca, ambos no subsolo; enquanto os pavimentos superiores serão ocupados pelo setor administrativo do museu. A edificação posterior teve projeto desenvolvido a partir de premissas rigorosas de qualidade técnica e segurança na guarda e processamento de acervos museológicos.
Com dois pavimentos, o prédio contará com três amplas reservas técnicas, que permitirão a separação do acervo por tipo de material, aplicando os melhores critérios de conservação para cada conjunto de objetos. Além disso, terá laboratórios especializados e espaços de apoio às atividades técnicas.
Restauração do MAP
A restauração do edifício sede do MAP é um processo complexo que envolve etapas específicas e importantes a serem respeitadas, especialmente por se tratar de um bem tombado e um edifício icônico da cidade. Cada etapa das intervenções precisa passar por análise e aprovação nas três instâncias de proteção ao patrimônio histórico e artístico brasileiro (federal, estadual e municipal).
A restauração do MAP é uma resposta ao anseio social de que o Museu tenha investimentos coerentes com sua importância. As obras objetivam salvaguardar os aspectos de autenticidade e integridade do edifício, além de aperfeiçoar seu uso como Museu. O projeto compreendeu a definição das técnicas necessárias para recuperar as estruturas e materiais existentes e prolongar o tempo de vida útil da edificação.
A partir de uma série de estudos técnicos, optou-se pela intervenção mínima nos elementos que constituem a edificação e pelo aproveitamento máximo dos materiais e formas originais de sua arquitetura. Todos os materiais nobres de revestimento receberão cuidados específicos de restauração. Somente nos pontos onde não for possível a recuperação do material original, será feita substituição por peças com características idênticas.
Um dos grandes ganhos que a restauração traz para a edificação se refere à acessibilidade universal, que prevê a construção de sanitários adaptados, instalação de elevador e uma rampa na área externa. Novos espaços serão criados, como ambientes educativos abertos ao público, e outros serão reformulados, como o setor administrativo e áreas técnicas. Haverá ainda reforço estrutural da edificação.
A partir da suspensão da visitação à sede do Museu, foi feita a atualização do projeto de restauração, em um trabalho de revisão e detalhamento sobre os elementos e técnicas originais de sua construção, incluindo cobertura, impermeabilização, estruturas e acabamento, sistemas de proteção.
Em maio de 2023 o projeto básico de restauro do edifício sede do MAP, revisto e ampliado, foi aprovado pelos órgãos de proteção ao patrimônio cultural – DIPC, IEPHA-MG, IPHAN. Em abril de 2024 foram emitidos os projetos executivos completos para o restauro da edificação e atualmente as equipes técnicas competentes se dedicam à finalização de orçamento e cronograma para a licitação da obra que será realizada no primeiro trimestre de 2025.
Metas para 2025
A restauração do MAP e a inauguração da Casa MAP fazem parte de um pacote de metas para o setor cultural em 2025. Grandes investimentos estão previstos para o ano que vem. A Prefeitura de BH vai finalizar a implantação do Centro de Referência das Culturas Urbanas – Viaduto Santa Tereza e vai entregar à cidade o Espaço Cultural Multiuso (teatro externo e interno e espaço para oficinas) no Parque Municipal Americo Rene Gianetti.
Esse grande centro cultural no Parque vai ampliar as oportunidades de programação cultural e seu acesso. Também será finalizada a transferência da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte para nova sede, em espaço amplo no prédio que hoje abriga a Secretaria de Fazenda, no centro de BH. Destaca-se ainda a entrega da Praça da Independência, reconstituída como seu projeto original (Edifícios Sulacap – Sulamérica), em importante ação de patrimônio cultural.
O ano de 2025 marca ainda as celebrações de 60 Anos do Teatro Marilia, 75 anos do Teatro Francisco Nunes e 150 anos de nascimento do maestro Francisco Nunes, 10 anos do Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte (MIS), além dos 30 anos da Política dos Centros Culturais de BH. Também acontecerão novas edições da Virada Cultural, do FLI e do FAN, além da celebração do Hip Hop e do Samba de BH.
Desafios e conquistas em 2024
A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura contabilizam políticas públicas de acesso, democratização, formação e descentralização, beneficiando milhões de pessoas. Foram mais de R$ 157 milhões investidos na cultura de Belo Horizonte em 2024, aplicados em programas, projetos e ações em todas as regiões. Esses investimentos representam crescimento de 17% em relação à 2023, com geração de milhares de postos diretos e indiretos de trabalho e renda.
O incremento geral no orçamento da Cultura do município também é resultado da ampliação dos recursos destinados ao fomento cultural. Os editais dão continuidade às políticas públicas municipais, possibilitando aos agentes culturais o acesso a trabalho e atividades econômicas.
Em 2024, a Secretaria Municipal de Cultura disponibilizou em editais cerca de R$ 47 milhões ao setor, sendo R$ 28 milhões de recursos da PBH (fundo e incentivo) e R$19 milhões do governo federal (Lei Paulo Gustavo e Política Nacional Aldir Blanc – PNAB). Foram recebidas mais de 3,6 mil inscrições no ano. Foram 784 oportunidades, sendo 22,5% a mais que em 2023.
Além da simplificação contínua dos editais, da busca ativa e da escuta; visando democratizar o acesso e contribuir com a formação de novos empreendedores culturais, foram realizadas 14 Caravanas da Cultura e 12 treinamentos e oficinas, nas nove regionais.
Democratização e descentralização
Programas, projetos, ações e fomento impactaram e potencializaram a cena cultural em todas as áreas e linguagens, de forma contínua e em sua maioria gratuita, movimentando os 32 equipamentos culturais.
Festivais de grande porte, como o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT-BH), Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) e Virada Cultural, e projetos estratégicos de descentralização como o Descontorno Cultural, e de circulação como Circuito Municipal de Cultura, levaram milhares de pessoas às ruas e potencializaram territórios, integrando também o programa de requalificação da região central, o “Centro de Todo Mundo”.
A capilaridade da Política Cultura Viva faz com que o apoio financeiro e a qualificação dos Pontos de Cultura alcancem comunidades e coletivos que, tradicionalmente, têm pouco ou nenhum acesso às políticas públicas de cultura. Em 2024, foi oferecido à rede de Pontos de Cultura, um programa formativo em Produção e Gestão Cultural, com 76 horas de capacitação e 180 horas de mentoria.
Em 2024, o prefeito Fuad Noman institucionalizou o programa de desenvolvimento do audiovisual de BH por meio do decreto que instituiu o BH nas Telas. O programa atua no fomento, formação, difusão, registro e memória. A Belo Horizonte Film Commission apoiou 122 produções ao longo do ano, com mais de 190 autorizações e 4 mil postos de trabalho. Foi lançado ainda o Observatório do Audiovisual.
Patrimônio e memória
No último dia 7 de dezembro, o samba foi reconhecido como Patrimônio Cultural da cidade, com as suas referências culturais: Rodas de Samba, Escolas de Samba, Blocos Caricatos, Blocos de Rua e Espaços de Samba.
O programa Rede de Identidades Culturais (RIC) permitiu a ampliação da atuação da Cultura no âmbito das políticas estratégicas de enfrentamento à discriminação racial e de fortalecimento das Culturas de Matrizes Africanas. Desde março é divulgada a Agenda RIC. Um grande marco dessas políticas foi a Inauguração das Estátuas de Lélia Gonzalez e de Carolina Maria de Jesus, duas novas esculturas do Circuito Literário de BH.
As esculturas simbolizam no espaço urbano a importância da obra e da vida dessas grandes escritoras para a cidade. Junto ao Instituto Lélia Gonzalez foram realizadas ações educativas no mês de novembro.
Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte
Foto: Divulgação / PBH