A Polícia Civil do Distrito Federal instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos, ocorrida no último domingo, dia 13 de abril, em Ceilândia (DF). A criança estava internada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) desde a quinta-feira, dia 10, após ser encontrada inconsciente em casa, segurando um frasco de desodorante aerossol.
Segundo as autoridades, a principal suspeita é que a menina tenha inalado o produto após assistir ao chamado “Desafio do Desodorante”, divulgado na plataforma TikTok. A exposição teria provocado uma parada cardiorrespiratória. Embora reanimada após cerca de 60 minutos, a menina não apresentou reflexos neurológicos, o que levou à constatação de morte cerebral.
O caso é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia de Ceilândia, que busca identificar como a vítima teve acesso ao conteúdo do desafio e os possíveis responsáveis pela disseminação do material. A corporação informou que os envolvidos podem ser responsabilizados por homicídio duplamente qualificado, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.
Esse é o segundo caso semelhante registrado em menos de um mês. No dia 9 de março, Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, faleceu no Hospital Municipal Dr. Miguel Arraes, em Bom Jardim (PE), após inalar desodorante. A mãe encontrou a menina desfalecida e a levou para atendimento médico, mas a vítima não resistiu, mesmo após tentativa de reanimação por 40 minutos. Parentes relataram que Brenda já havia sido advertida anteriormente por esse comportamento.
Em nota, a prefeitura de Bom Jardim destacou a importância de orientar crianças sobre os riscos do uso inadequado de substâncias químicas e sobre os perigos de desafios virtuais compartilhados na internet.
A médica Camila Carbone Prado, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, explicou que a inalação de desodorantes pode causar arritmias, asfixia, comprometimento cerebral e até a morte. Segundo ela, o atendimento rápido é fundamental para reduzir os riscos de sequelas permanentes ou óbito.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Brasil
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