Poços de Caldas vai receber, de 18 a 20 de novembro, a rainha do Congo, Diambi Kabatusuila. Ela estará na cidade para um encontro intercultural com as comunidades afroancestrais e adeptos das religiões de matriz africana.
Na última semana, uma reunião no gabinete do vice-prefeito Júlio César de Freitas afinou os preparativos e planejamento para a chegada da soberana. O encontro teve por objetivo detalhar a programação da rainha em solo poços-caldense, junto à sua equipe. Participaram os secretários municipais de Cultura, Gustavo Dutra, e de Turismo, Israel Sousa Pereira, a presidente da Associação Afro Ancestral de Poços de Caldas, Ana Maria de Paula Cruz e a coordenadora do Museu Histórico e Geográfico, Nanci de Moraes.
A rainha chega à cidade no dia 18 de novembro e será recepcionada na Associação Afro Ancestral. “Estamos em contato com a assessoria da rainha desde 2022, passamos todo o ano de 2023 nesta conversa. Ela vem para conhecer o trabalho da Associação”, informa Mãe Ana de Iansã, zeladora da Umbanda com o Terreiro do Caboclo Pedra Branca e presidente da Associação Afro Ancestral.
Na sequência, a rainha Diambi Kabatusuila, será recepcionada na Prefeitura e na Câmara Municipal e visita o Museu Histórico e Geográfico.
Durante sua passagem por Poços de Caldas, a rainha acompanha apresentações artísticas de capoeira, participa de programa de TV, visita pontos turísticos como os mirantes Santa Rita e São José, ministra palestra na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) campus Poços de Caldas e conhece o cotidiano do terreiro junto à Associação Afro Ancestral.
“É uma visita diplomática de grande relevância para o município, além da importância cultural e histórica. É uma honra poder receber a rainha e estamos muito ansiosos pelas trocas culturais que virão desse encontro”, destaca o vice-prefeito, Júlio César de Freitas. A rainha desenvolve um importante trabalho humanitário e vai poder vivenciar as ações sociais da Associação Afro Ancestral, além do intercâmbio cultural.
A rainha Diambi Kabatusuila Diambi Mukalengna Mukaji wa Nkashama (Rainha da Ordem do Leopardo) foi coroada como Rainha Ordem do Leopardo do Povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, da região central de Kasaï, na República Democrática do Congo, em 2016. Desde que assumiu a responsabilidade pelo seu povo tem percorrido vários países para falar sobre a necessidade de “restaurar uma identidade africana adequada e sã” e para tal, defende que é preciso uma reconciliação dos africanos e dos afrodescendentes com a sua verdadeira história.
O Congo faz parte do grupo de países africanos de etnia bantu. Os bantus foram os primeiros africanos que pisaram no solo brasileiro na época da colonização e foram de suma importância para a nossa identidade cultural, pois eles contribuíram na formação do samba, na culinária, na linguagem, nos Candomblés de etnia bantu, nos cultos aos ancestrais e nas práticas medicinais e ritualísticas que favoreceram o nascimento da Umbanda.
A rainha Diambi Kabatusuila foi coroada como a governante do povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, da região central de Kasaï, parte do antigo Império Luba, na República Democrática do Congo, em 31 de agosto de 2016. Agora detém o título de Diambi Mukalenga Mukaji Wa Nkashama (Rainha da Ordem do Leopardo). Em Kinshasa, capital e maior cidade da República Democrática do Congo, ela faz parte da Associação de Autoridades Tradicionais e Consuetudinárias do Congo.
Fonte e foto: Prefeitura de Poços de Caldas