A plataforma SeloVerde MG, desenvolvida pelo governo do estado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, foi apresentada aos participantes da reunião da Comissão Técnica de Café como uma ferramenta facilitadora da comprovação de legalidade ambiental. A reunião, realizada em Viçosa na terça (17/9) e quarta-feira (18/9), também promoveu a discussão sobre o impacto das condições climáticas.
A sustentabilidade da cafeicultura mineira agora pode ser atestada por meio das informações disponibilizadas na plataforma. Por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR), os produtores podem consultar sua situação gratuitamente. No encontro, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, reforçou a importância da plataforma para indicar o nível de conformidade do produtor rural mineiro com a legislação ambiental.
“No caso do café, constatamos que 99,7% dos produtores não derrubam uma árvore desde 2008. Nosso parque cafeeiro tem a característica de ser altamente sustentável. Já sabíamos disso e a plataforma, um sistema validado e confiável, comprovou esse fato”.
A plataforma também mostra que os cafeicultores têm, em média, 33% de reserva legal excedente em suas propriedades. O indicador foi apresentado pelo assessor-chefe de Relações Institucionais da Seapa, Pedro D’Ângelo, que também enfatizou a preparação dos cafeicultores para a comercialização, inclusive para a União Europeia, dentro das novas exigências que passam a valer em breve. “A plataforma oferece aos produtores uma certidão de conformidade de atuação em legalidade ambiental e acredito que esse possa ser um agregador de valor”, afirmou.
O presidente da CT de Café, Arnaldo Botrel, destacou que Minas Gerais está à frente neste processo e quem ganha são os produtores rurais.
A plataforma SeloVerde MG é pública e gratuita e a Comissão Técnica se comprometeu a divulga-la para que cada vez mais produtores tenham acesso ao serviço.
Também foram pautas da reunião o Centro de Excelência em Cafeicultura em Varginha, o Centro de Excelência em Cafeicultura das Matas de Minas e iniciativas realizadas por mulheres, como o Faemg Mulher, apresentado pela gerente da Mulher, do Jovem e de Inovação do Sistema, Silvana Novais, a Associação de Mulheres do Café da Região das Matas de Minas e Caparaó, e a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil).
Impacto das condições climáticas
A analista de agronegócio do Sistema Faemg Senar, Ana Carolina Gomes, apresentou dados preliminares de uma pesquisa realizada pela instituição sobre as consequências das condições climáticas para os cafeicultores atendidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte nas quatro regiões produtoras do estado.
Durante o encontro, representantes da Fundação Procafé apresentaram dados de estações meteorológicas do Triângulo e Sul de Minas. O engenheiro agrônomo Rodrigo Neves Paiva destacou que as temperaturas estão acima da média desde setembro de 2023, com destaque para Varginha, que registra déficit de chuvas de 184 milímetros.
O presidente da comissão, Arnaldo Botrel, reforçou que neste momento é necessário manter o produtor informado e que as instituições precisam buscar, junto ao Poder Executivo, iniciativas que auxiliem os cafeicultores. A comissão da Faemg manterá contato com o governo do estado, especialmente sobre subsídio para a contratação de seguros.
Fonte e Foto: FAEMG/SENAR