Em 2024, o petróleo conquistou a liderança das exportações brasileiras, superando a soja, que manteve a posição de destaque nos últimos anos. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as vendas de óleo bruto de petróleo e derivados alcançaram US$ 44,8 bilhões, representando 13,3% das exportações do Brasil. Esse crescimento é impulsionado pela produção proveniente do pré-sal, que tem sido um motor fundamental para a economia brasileira.
Pré-sal
A mudança na pauta de exportações reflete a crescente participação do petróleo extraído do pré-sal, uma das maiores descobertas geológicas do país. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que, entre janeiro e novembro de 2024, o Brasil produziu 36,9 milhões de barris de petróleo por dia, dos quais 71,5% foram originários do pré-sal. Esse percentual aumentou para 80,3% no segundo semestre do ano.
O pré-sal, descoberto em 2006, tem sido fundamental para a soberania energética do Brasil, permitindo ao país manter a produção de petróleo sem a necessidade de importações. Os campos de Tupi, Búzios e Mero, localizados na Bacia de Santos, representam 69% da produção de petróleo do pré-sal, com destaque para Tupi, que atingiu uma produção de 1,1 milhão de barris por dia no terceiro trimestre de 2024.
Tecnologia
A exploração do pré-sal não seria possível sem o desenvolvimento de tecnologias avançadas pela Petrobras, a principal responsável pela produção, com 98% de participação na extração de petróleo da região. A Petrobras tem investido em soluções para superar os desafios logísticos e exploratórios, como a aquisição sísmica 4D e a reinjeção de CO², que tem ajudado a reduzir a pegada de carbono da empresa.
Essas inovações têm sido reconhecidas internacionalmente, com a Petrobras recebendo prêmios da Offshore Technology Conference (OTC) nos últimos anos. Além disso, a produção de petróleo do pré-sal apresenta menores emissões de CO², com a estatal afirmando que as emissões do petróleo extraído da região são 70% menores do que a média mundial.
Modelos de partilha
O regime de partilha de produção, adotado para a exploração do pré-sal, difere do modelo de concessão aplicado nas demais áreas do Brasil. Nesse modelo, a produção excedente do petróleo é dividida entre as empresas e a União, sendo que a empresa vencedora do leilão de exploração é aquela que oferece a maior parcela de lucro à União. Em 2024, a Pré-Sal Petróleo (PPSA), responsável pela gestão das receitas da União oriundas do pré-sal, recebeu R$ 10,32 bilhões, um aumento de 71% em relação ao ano anterior.
Novas fronteiras
O Brasil também está de olho em novas fronteiras petrolíferas, como a margem equatorial, no litoral norte, e a Bacia de Pelotas, no litoral sul. Essas regiões têm atraído o interesse devido às semelhanças geológicas com áreas produtivas no Uruguai, África do Sul e Namíbia. A Petrobras planeja investir US$ 79 bilhões até 2029 para explorar essas novas áreas, com foco na margem Sul e Sudeste e na margem equatorial.
Com esses investimentos, o Brasil segue se consolidando como um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com uma produção estratégica para a transição energética e um papel fundamental na economia global.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil