sexta-feira, 22 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

A professora Joziana Muniz de Paiva Barçante, da Faculdade de Ciências da Saúde (FSC) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e o doutorando José Cherem, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), alcançaram uma importante conquista ao publicar na prestigiada seção Correspondence do The Lancet sobre a febre do Oropouche. A publicação, intitulada “Surge in Oropouche fever: the tip of the iceberg in a new public health challenge in Brazil,” destaca o cenário emergente dessa arbovirose no Brasil.

Joziana, coordenadora do Núcleo de Pesquisa Biomédica (Nupeb), referência no estudo de arboviroses, orienta as pesquisas de José Cherem, que atualmente foca na escalada das arboviroses como dengue, zika, chikungunyia e agora, mais recentemente, febre do Oropouche. “No início deste ano, nosso grupo também esteve presente na Nature, abordando a temática da dengue”, lembra a professora, enfatizando o comprometimento contínuo do grupo com a pesquisa em doenças emergentes.

O artigo publicado no The Lancet Microbe faz referência ao estudo de Ranjit Sah, que abordou o surto nos estados do Amazonas e Acre, e traz atualizações preocupantes: “A situação se agravou em pouco mais de um mês após a publicação original. O número de casos no Brasil já ultrapassa 7.930 até agosto de 2024, representando um aumento de dez vezes em relação aos 773 casos relatados ao longo de 2023. De forma inédita, neste curto intervalo de tempo, foram registrados casos de malformações fetais e os primeiros dois óbitos por Oropouche em toda história da medicina”, destaca Joziana.

Os autores alertam para a importância do diagnóstico molecular e de uma abordagem integrada na vigilância em saúde pública: “A vigilância genômica precisa caminhar lado a lado da epidemiológica. A partir das lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19, é preciso promover testes amplos e o sequenciamento genético dos vírus em circulação, sendo crucial focar na prevenção, e não apenas no tratamento”, enfatizam.

A seção Correspondence do The Lancet é uma plataforma para debates científicos dinâmicos e troca de ideias inovadoras. Esse espaço é dedicado a cartas e comunicações breves de leitores, pesquisadores e profissionais de saúde, que trazem comentários sobre artigos publicados, discussões adicionais, críticas construtivas e atualizações relevantes. O formato mais curto, que também passa por rigorosa revisão editorial, garante uma publicação mais rápida de temas urgentes que estão em destaque no cenário global, como é o caso da publicação realizada. A seção não apenas promove o diálogo contínuo na comunidade médica, mas também ajuda a moldar o futuro da ciência e a identificar áreas que exigem maior investigação e atenção.

A publicação no The Lancet reforça o papel da UFLA e do Nupeb como protagonistas na pesquisa sobre arboviroses, consolidando a relevância de suas contribuições para a saúde pública global.

Fonte e foto: UFLA

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