Um médico foi condenado pelo Tribunal do Júri de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, pelos crimes de homicídio com dolo eventual, estupro de vulnerável e fornecimento de entorpecentes à então companheira. A sentença, resultado de julgamento ocorrido na quinta-feira, 15 de maio, impôs ao réu 16 anos de reclusão em regime inicial fechado, além de sete meses e 15 dias de detenção. O condenado já se encontra preso.
Os crimes ocorreram em março de 2019, quando a vítima, após consumir cocaína fornecida pelo acusado em um hotel da cidade, sofreu convulsões, parada cardiorrespiratória e, posteriormente, faleceu. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o médico, apesar de conhecer os perigos do uso de substâncias ilícitas, permitiu e incentivou o consumo. Após a crise, ele teria demorado a acionar os serviços de emergência, optando por chamar a recepção do hotel e omitindo o uso de drogas, o que agravou o quadro clínico da mulher.
A vítima foi levada ao Hospital Regional Antônio Dias, onde ficou internada por 12 dias, vindo a falecer em 17 de março de 2019. O laudo apontou septicemia e isquemia mesentérica como causas da morte, ambas consequências do quadro tóxico desencadeado inicialmente pela droga.
A Justiça destacou que o médico, por sua formação e conhecimento técnico, tinha consciência dos riscos envolvidos e, ao permitir o uso excessivo de entorpecentes, assumiu deliberadamente o risco de matar. Além disso, o tribunal entendeu que a vítima, sob forte influência de drogas, estava em estado de vulnerabilidade e incapaz de consentir, configurando o crime sexual.
Por Eduardo Souza
Com informações: Ministério Público de Minas Gerais
Foto: FreePik/Imagem lustrativa