sexta-feira, 22 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Ana Carolina Moura e Arthur Xavier Ribeiro, paratletas do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG medalhistas nos Jogos Paralímpicos de Paris, foram recebidos na sexta-feira (13) pela reitora Sandra Goulart Almeida e pelo vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira. Eles estiveram acompanhados por dirigentes do CTE e membros da equipe técnica.

Carol conquistou a medalha de ouro (categoria 65kg) no parataekwondo (versão adaptada da arte marcial coreana para atletas com deficiência nos membros superiores). Arthur trouxe a medalha de bronze no revezamento 4×100m livre S14 (atletas com deficiência intelectual), junto com Gabriel Bandeira, Beatriz Borges Carneiro e Ana Karolina Oliveira. Ele foi o primeiro a largar, e o quarteto cravou o novo recorde das Américas, com o tempo de 3min47s49.

Sandra Goulart parabenizou os atletas e treinadores. “Estou muito feliz e orgulhosa com o resultado dos nossos atletas e com a oportunidade de a UFMG contribuir para o sucesso deles e para o desenvolvimento do esporte paralímpico, que é um fenômeno no Brasil”, disse a reitora. “Temos feito grande esforço para manter o apoio a esse projeto maravilhoso do CTE, que é parte da missão da Universidade, e estamos certos de que os bons resultados vão atrair mais jovens com deficiências para a prática do esporte.”

‘Grande família’

Carol Moura destacou o trabalho de todos os que estão junto com ela no dia a dia de treinamentos. “Me sinto parte de uma grande família, e, no pódio, representei um grupo incrível de pessoas que cuidam da preparação tática e física, fisioterapia, fisiologia, nutrição, psicologia. Me sinto lisonjeada por trazer esse título para o CTE e para a UFMG”, disse a atleta de 28 anos. Neste ano, Carol conquistou também os títulos dos campeonatos Mundial e Parapan-americano.

Arthur, por sua vez, lembrou a satisfação de sua família e amigos com sua medalha. “Estamos muito felizes, eu e todas as pessoas que me acompanham. Tenho a grande oportunidade de treinar no CTE, onde tive grande evolução”, disse o nadador de 17 anos, manifestando surpresa com o recorde das Américas na prova de revezamento. Questionado sobre os planos daqui para a frente, afirmou que logo vai “voltar com tudo” para os treinos na piscina do CTE. Arthur estava acompanhado de seus pais, William e Luciana Ribeiro, e Carol, de sua mãe, Eunice Moura.

Izabela Campos, ausente hoje porque está em viagem, disputou a final do lançamento de disco F11 (atletas com deficiência visual quase total) e terminou na quarta colocação. No  arremesso de peso, classe F11 e F12, ficou na sexta colocação. Izabela disputou sua quarta Paralimpíada; nos Jogos do Rio, em 2016, ganhou medalha de bronze no lançamento de disco. Ela é a paratleta brasileira mais vencedora em sua categoria no atletismo: coleciona 14 medalhas nas principais competições mundiais.

Potencial no alto rendimento

“A participação dos nossos atletas foi o auge de seis anos de projeto, um momento histórico”, enfatizou a professora Andressa Silva, coordenadora de Esportes Paralímpicos no CTE e do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro CTE/UFMG. “Esse foi o nosso segundo ciclo olímpico, e aumentamos nossa representatividade. Em Tóquio, tivemos apenas a Izabela, agora foram três atletas, que trouxeram duas medalhas. Temos demonstrado grande potencial no alto rendimento”, comemorou Andressa, que esteve em Paris para acompanhar as competições.

A coordenadora informou que treinam no CTE quase 300 atletas de esportes olímpicos e 110 crianças e adolescentes paratletas, nas modalidades natação, atletismo, halterofilismo e parataekwondo. “Carol, Arthur e Izabela são inspiração cada vez maior para os outros jovens, que convivem com eles todos os dias”, disse Andressa.

Os três atletas partiram no dia 15 de agosto para 11 dias de adaptação em Paris e outros 11 de competições. Eles foram acompanhados na Vila Olímpica pela técnica do atletismo, Roberta Oliveira. Christopherson Dias, da natação, esteve na capital francesa durante o período de adaptação.

UFMG presente

O diretor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Gustavo Côrtes, e o diretor do CTE, Maicon Rodrigues, exaltaram o apoio constante da gestão da Universidade. “Chegamos a perder recursos de outros apoiadores, mas a UFMG garantiu o investimento necessário para que mantivéssemos o CTE funcionando”, disse Côrtes. “A UFMG nunca deixou de estar presente, e, nos momentos de dificuldade, a gente se uniu, se fortaleceu, e os frutos estão aí”, afirmou Rodrigues.

Sandra Goulart manifestou reconhecimento pela persistência de todos no CTE e reivindicou mais apoio de poder público e empresas ao esporte. “Com mais recursos, teremos mais atletas e mais conquistas”, ela disse, acrescentando que a UFMG criou uma comissão para elaborar uma nova política destinada a incrementar o esporte e o lazer na instituição.

Referência nacional

Construído em 2016, por meio de parceria entre a UFMG, o governo de Minas e o governo federal, o CTE é referência nacional na detecção e preparação de talentos de alto rendimento devido à excelência de sua infraestrutura e à qualificação de seus profissionais.

O Centro atende as comunidades interna e externa à UFMG, com iniciativas que promovem a inclusão pelo esporte. É o caso do projeto Esporte paralímpico, que reúne pessoas com deficiência físico-motora, visual e intelectual que desejam praticar atletismo, natação, halterofilismo e parataekwondo.

Fonte: UFMG

Fotos: Vitória Brunini / UFMG

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