A médica Ana Helena Germoglio, que integra a equipe médica responsável pela saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou no final da tarde desta quarta-feira (11) que a embolização de artéria meníngea média, programada para amanhã, já estava prevista desde o início da cirurgia realizada na madrugada de terça-feira (10). A médica explicou que, embora o procedimento já estivesse planejado, a equipe demorou a decidir o momento exato para realizá-lo.
“Desde o momento zero, dentro do centro cirúrgico, já existia essa programação. O que faltava era a gente bater o martelo em qual dia ou em qual momento seria a melhor hora de fazer, que foi discutido hoje”, afirmou Germoglio, em entrevista coletiva no hospital Sírio Libanês, onde o presidente está internado.
A embolização tem como objetivo minimizar o risco de sangramentos futuros devido ao possível retorno de pequenas artérias da meninge que podem se romper após o hematoma drenado na cirurgia anterior. O médico Roberto Kalil Filho, que também acompanha Lula, detalhou o procedimento e garantiu que ele faz parte dos protocolos atuais, sendo de baixo risco.
“Quando você drena o hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento. Isso não é impossível acontecer. Este procedimento complementar ao procedimento cirúrgico é para minimizar o risco de, no futuro, isso acontecer”, explicou Kalil. Ele acrescentou: “Em medicina não existe a palavra impossível, tudo é possível, então para minimizar, e o presidente é uma pessoa ativa, saudável, existe esse procedimento”.
O médico também informou que, inicialmente, a equipe médica havia planejado divulgar as informações sobre a embolização apenas durante a coletiva marcada para a manhã de quinta-feira (12). No entanto, o presidente Lula e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, solicitaram que um boletim médico fosse divulgado ainda na tarde desta quarta-feira, informando sobre o procedimento.
Kalil ressaltou que o novo procedimento só será realizado porque o presidente apresentou uma excelente evolução pós-operatória. “A evolução foi muito boa, o presidente está em estado geral ótimo. Então, isso foi decidido simplesmente como protocolo, como complemento da cirurgia”, afirmou.
De acordo com o médico, a embolização é um procedimento simples e de baixo risco, realizado por cateterismo via femoral, com sedação ou anestesia, e tem duração aproximada de uma hora. O dreno colocado na cabeça de Lula durante a cirurgia poderá ser retirado no decorrer desse procedimento. Kalil enfatizou que a embolização não afetará o tempo de recuperação do presidente na unidade de terapia intensiva.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil