Jean-Marie Le Pen, líder histórico da extrema direita francesa e fundador do partido Frente Nacional (atualmente Reunião Nacional, RN), morreu aos 96 anos nesta terça-feira (07). A informação foi confirmada por sua família à agência de notícias France Presse (AFP). Le Pen faleceu ao meio-dia (8h no horário de Brasília), enquanto estava internado em uma casa de repouso devido ao seu estado de saúde debilitado, cercado por seus familiares.
Figura central da política francesa, Le Pen foi um ícone da extrema direita no país, tendo fundado o partido nacionalista Frente Nacional em 1972 e comandado a sigla até 2011. Sua carreira política foi marcada por várias tentativas frustradas de chegar à presidência da França. Embora não tenha vencido em nenhuma dessas corridas, ele obteve uma significativa vitória em 2002, quando chegou ao segundo turno das eleições presidenciais, mas foi derrotado por Jacques Chirac.
Le Pen também teve uma carreira marcada por sua postura militarista e nacionalista. Nascido em 20 de junho de 1928, em Trinité-sur-Mer, ele começou sua trajetória política no início da década de 1950. Se formou em Direito, mas antes de se engajar definitivamente na política, serviu como militar. Alistou-se na Legião Estrangeira Francesa, onde participou das guerras da Indochina e da Argélia.
Na década de 1960, Jean-Marie Le Pen começou a ganhar notoriedade política ao fundar uma empresa de música especializada em gravações históricas. Mais tarde, em 1965, dirigiu a campanha de Jean-Louis Tixier-Vignancour, um candidato de extrema direita. Em 1972, fundou a Frente Nacional, um partido que se tornaria uma das principais forças da extrema direita francesa.
Ao longo de sua vida, Le Pen foi uma figura polarizadora. Para seus apoiadores, ele foi um defensor da identidade nacional francesa e da soberania. No entanto, suas opiniões e declarações frequentemente controversas, como suas visões sobre imigração e União Europeia, o tornaram uma figura muito criticada, especialmente por suas posições consideradas xenofóbicas e nacionalistas.
Seu legado, como o de qualquer figura histórica, é agora uma questão para a história julgar, como declarou o presidente francês Emmanuel Macron em uma nota de pesar. Macron expressou suas condolências à família e aos amigos, reconhecendo o papel importante que Le Pen desempenhou na vida pública da França ao longo de quase 70 anos.
Jordan Bardella, atual presidente do Reunião Nacional, também lamentou a morte de Le Pen e destacou o seu engajamento tanto nas batalhas militares quanto políticas. “Sempre serviu à França, defendeu sua identidade e sua soberania”, escreveu Bardella em uma publicação nas redes sociais.
Com as informações da TV Cultura
Foto de Atypeek Dgn