O resultado do Índice de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de Minas Gerais em 2023 foi apresentado, na quarta-feira (13/11), durante a 143º reunião ordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) de Minas Gerais. O monitoramento é realizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) desde 1997 e permite a caracterização e a avaliação das condições de qualidade, de forma a assegurar o uso adequado dessas águas e também fornece subsídios para ações de prevenção e controle da poluição.
Em 2023, verificou-se a predominância da condição do índice de qualidade de água satisfatória (IQA Médio) com 44,1% de ocorrência, seguida da qualidade boa (IQA Bom) com registro de 37,4%, qualidade ruim (IQA Ruim) com 17,0% e qualidade excelente com 1,4% dos pontos monitorados. Apenas 0,1% apresentou IQA Muito Ruim.
As melhores condições de IQA ocorreram nas bacias dos rios Jequitinhonha e Pardo, onde foram registrados os maiores percentuais do IQA nas faixas Bom e Excelente. Em contrapartida, as piores condições do IQA foram registradas nas bacias dos rios Itapemirim (62,5% de ocorrência) e Itaúnas (50% de ocorrência).
A ocorrência de IQA muito ruim está associada, principalmente, aos lançamentos de esgotos sanitários dos municípios. Os piores resultados foram observados no ribeirão São Pedro, em Medina, e no ribeirão Ibirité, em Ibirité.
Contaminação por Tóxicos
Com relação à Contaminação por Tóxicos, observa-se predominância de ocorrência de CT Baixa ao longo de toda a série histórica, sendo que em 2023 esta condição representou 89% das amostras anuais.
Destaca-se que as bacias dos rios Itanhém, Buranhém e Itabapoana apresentaram CT Baixa em 100% das amostragens realizadas em 2022 e 2023. As maiores porcentagens de ocorrência de CT Alta foram observadas nas bacias dos rios Peruípe e São Francisco, onde foram registradas respectivamente, 50% e 12%.
Contudo, observou-se a predominância da contaminação Baixa em todo o estado. A contaminação Média registrada se apresenta de forma dispersa nas bacias hidrográficas, a exceção das bacias dos rios Paraopeba (CH SF3) e Velhas (CH SF5). Já a contaminação Alta ocorre principalmente a jusante de grandes centros urbanos como a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Os resultados do monitoramento da qualidade da água superficial de Minas, podem ser acessados, clicando aqui.
Incremento de ações
“A partir dos resultados do monitoramento apresentados é evidente a importância da continuidade e incremento de ações de saneamento com a ampliação do tratamento de esgoto, melhoria das eficiências de remoção de patógenos, cargas orgânicas e nutrientes”, afirma o diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca.
“Percebe-se também que as atuais tecnologias aplicadas nos tratamentos de esgotos são insuficientes para promover a melhoria de qualidade de água (em termos de contaminação fecal e nutrientes), sendo necessários processos de tratamento mais avançados, em especial nas regiões mais adensadas do estado”, destaca.
Além disso, esforços direcionados ao controle das fontes de poluição difusas também são importantes, uma vez que são necessárias ações conjuntas de diversos segmentos do governo, do setor produtivo e da sociedade, no sentido de atenuar os impactos das atividades antrópicas e de promover ações de melhoria da qualidade das águas.
Outras pautas
Na reunião, também foi aprovada a Deliberação CERH-MG, que dispõe sobre a equiparação da Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas (ABHA) Gestão de Águas às funções de Agência de Bacia Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari.
A reunião teve, ainda, uma apresentação dos trabalhos do Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão), pelo secretário do Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) Velhas e coordenador do Convazão, Renato Júnio Constâncio.
Fonte e foto: Igam