O Ministério da Saúde anunciou a ampliação da vacinação contra hepatite A para incluir usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), estratégia de prevenção ao HIV. A decisão ocorre em resposta ao crescimento da doença na população adulta, já que a imunização infantil reduziu mais de 95% dos casos entre crianças.
O ministro Alexandre Padilha destacou que surtos recentes indicam a necessidade de expandir a oferta da vacina para usuários da PrEP, a fim de reduzir hospitalizações e casos graves. A meta é atingir 80% desse público, que soma mais de 120 mil pessoas no Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização será realizada em duas doses com intervalo de seis meses e exigirá a apresentação de receita médica.
A hepatite A é uma inflamação hepática causada por um vírus e, embora sua principal forma de transmissão seja fecal-oral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou, desde 2016, aumento de casos ligados a práticas sexuais. No Brasil, o primeiro crescimento expressivo ocorreu em São Paulo, em 2017, com 786 diagnósticos e dois óbitos. Desde então, surtos foram registrados, predominantemente entre homens que fazem sexo com homens. Cerca de 80% dos usuários da PrEP possuem esse perfil.
Com a inclusão da vacina no SUS em 2014, os casos da doença caíram de 6.261 em 2013 para 437 em 2021, uma redução de 93% considerando todas as faixas etárias. Entre crianças, os índices diminuíram ainda mais: 97,3% entre menores de cinco anos e 99,1% na faixa dos cinco aos nove anos. No entanto, os números voltaram a subir em 2023 devido ao crescimento entre adultos. Dos 2.080 casos registrados naquele ano, 1.877 foram de pessoas acima de 20 anos, sendo os homens os mais afetados, representando 69,5% dos infectados.
Por Eduardo Souza
Com informações: Ministério da Saúde
Foto: Rodrigo Nunes/MS