A comissão especial da Câmara dos Deputados que acompanha iniciativas para a transição energética discutiu na última quinta-feira (12), em seminário, a necessidade de o país ter políticas públicas para os minerais críticos e estratégicos e os desafios para a produção e o mercado.
“Os minerais críticos são um passaporte para o futuro, e não podemos perder essa oportunidade”, defendeu o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann.
A vice-presidente da Sigma Lithium, Lígia Pinto, apresentou as perspectivas do mercado de lítio e mostrou como a empresa está posicionando o Brasil na liderança no setor. A Sigma é atualmente a quarta maior produtora de lítio do mundo (é a sexta maior, quando a lista inclui a extração em salares), com 270 mil toneladas/ano de concentrado de lítio grau bateria.
Em 2025, com a expansão de suas atividades integradas de mineração e processamento, alcançará 520 mil toneladas/ano. No ano seguinte, a capacidade será de 770 mil toneladas ano, e o processamento avançará, entrando na cadeia química, o que agrega ainda mais valor ao produto.
Essa expansão tornará a empresa ainda mais competitiva, porque o aumento da escala de produção vai diluir os custos operacionais, que já são baixos na Sigma, explicou a executiva. Lígia mostrou aos parlamentares, empresários e técnicos do governo que participaram do debate um comparativo com outras empresas que evidenciou a vantagem da Sigma por seu modelo de gestão.
“A Sigma tem baixos custos, o que mostra sua viabilidade mesmo quando o preço do lítio teve uma queda de 85% no mercado. Somos muito responsáveis financeiramente, conseguimos operar nessa situação de forma única no mercado, e enfrentamos a baixa de preços com com a proposta de atingir uma escala que nos torne ainda mais fortes. Os custos são diluídos com a expansão. Além disso, duplicaríamos os empregos, o que é muito desejável e importante para o Vale do Jequitinhonha”, afirmou.
Nesse mercado altamente competitivo, Lígia destacou ainda que o diferencial da Sigma é seu modo de produção, que, com as melhores práticas ESG, não usa químicos nocivos, água potável ou energia suja, é carbono zero e não tem barragem de rejeitos. “ É um produto relevante e forte, de uma empresa brasileiríssima”, afirmou. “Não somos mais um país que está propondo fazer uma venda de minério cru. Somos exportadores de um produto tecnológico, verde. É o que nos torna únicos” disse.
O IBRAM encomendou ao Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) um estudo para fundamentar a construção de uma política para os minerais críticos e estratégicos. No seminário, os resultados foram apresentados pela pesquisadora Lúcia Helena Xavier, co-autora do trabalho. Traz propostas para que o Estado brasileiro, independentemente de governos, possa estruturar essa política. No momento em que o mundo discute a transição para uma economia de baixo carbono, ter planejamento estratégico e políticas para esse setor da mineração é crucial para que o Brasil atinja as metas de carbono zero até 2050.
Fonte: Sindijori-MG
Foto: Divulgação / Sindijori-MG