Simpósio mostrou a importância da constante capacitação das Comissões Intra-Hospitalares e de uma maior proximidade entre as equipes
Buscando a sensibilização dos profissionais de saúde para a importância das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, o MG Transplantes, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), realizou no auditório do Hospital João XXIII na sexta-feira (6/9), o 3º Simpósio das CIHDOTTSs da Região Metropolitana.
O evento, voltado para comissões já formadas e equipes interessadas em melhorar o seu serviço de notificações, contou com representantes de diversos hospitais de Belo Horizonte e de outras cidades do estado.
As Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTSs) têm a função de realizar a busca ativa de potenciais doadores nas unidades hospitalares, auxiliar na condução do protocolo e acompanhar todo o processo junto às Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), garantindo que tudo ocorra dentro da legalidade e com segurança.
As comissões também devem se envolver na capacitação contínua dos profissionais de saúde, para garantir que estejam preparados para identificar e lidar adequadamente com situações de potencial doação, além de seguir os protocolos legais e éticos necessários.
“As CIHDOTTs são as menores células do Sistema Nacional de Transplantes, mas as mais importantes. Elas é que vão comunicar com as Organizações de Procura de Órgãos a existência de um doador, seja de coração parado para doação de tecido, seja de morte encefálica para doação de múltiplos órgãos, para iniciar o processo de doação. Sem essas comissões, não é possível fazer nada”, explica o diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado.
O diretor apresentou aos participantes a estruturação das comissões no processo de doação de órgãos e a situação atual dos transplantes em Minas Gerais e no Brasil.
Importância
De acordo com a gerente administrativa do MG Transplantes, Ediléia Gonçalves, que falou sobre a estrutura, cadastro e incentivos governamentais para as comissões atuantes, o simpósio é relevante não somente para a qualificação das comissões já existentes, como também para a atualização das informações relacionadas à política de doação de órgãos e tecidos.
“Como estamos em um mês de campanhas intensificadas (Setembro Verde), o simpósio é mais uma forma de divulgar a causa e impactar no aumento das doações, que é o nosso maior objetivo”, avalia.
Para Omar Cançado, um dos principais objetivos dos encontros é conhecer os representantes dos hospitais e ficar mais próximos das comissões, para que o sistema funcione melhor.
“Nesse momento conseguimos reunir os maiores hospitais da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e tirar dúvidas sobre todo o processo de doação de transplantes, na expectativa de aumentar o número de notificações e reduzir a fila de espera”, afirma.
Capacitação
Conversar com uma família que acabou de receber a notícia da perda de um ente querido e perguntar se ela autoriza a doação dos órgãos da pessoa não é uma tarefa fácil. É por isso que é preciso treinamento constante dos profissionais atuantes para realizarem esta abordagem.
As equipes multidisciplinares das CIHDOTTSs, além de dominarem toda a parte teórica e prática do processo de doação e protocolo de determinação de morte encefálica, devem desenvolver habilidades de comunicação e acolhimento nos processos de entrevista familiar, suficientes para demonstrar empatia, esclarecer todas as dúvidas da família e dar a ela segurança para dizer sim.
“As Centrais Estaduais de Transplantes, como a de Minas Gerais, constantemente realizam cursos específicos para manter os profissionais de saúde atualizados, como o de Comunicação Crítica, e as OPOs desenvolvem o programa de educação continuada em cada área de abrangência, com orientações, treinamentos presenciais e apoio local”, explica Ediléia Gonçalves.
Critérios
Qualquer hospital pode ter CIHDOTTs, que são classificadas pelo número de óbitos da unidade, a sua especialidade, entre outros critérios estabelecidos.
Independentemente de sua classificação, o importante é que haja uma equipe voltada para os pacientes possíveis doadores, que observe qual evolui para a morte encefálica, e faça todo o acompanhamento da equipe assistencial.
“A criação das CIHDOTTs será obrigatória nos hospitais públicos, privados e filantrópicos que se enquadrem nos perfis específicos determinados pela legislação”, enfatiza Ediléia.
Fonte: Agência Minas
Foto: Rafael Assis / Fhemig