No dia 19 de novembro de 2024, o médico geriatra e pesquisador Dr. Paulo Afonso Sandy Júnior defendeu sua tese para a obtenção do título de Doutor em Gerontologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob orientação da Prof.ª Drª Anita Liberalesso Neri. A tese foi aprovada e o título de Doutor concedido após arguição pela banca examinadora composta pela Profª. Drª. Monica Sanches Yassuda, Profª. Drª. Heloisa Gonçalves Ferreira, Prof. Dr. Paulo José Fortes Villas Bôas, Profª. Drª. Soely Aparecida Jorge Polydoro e pelo Prof. Dr. Cesar Messias de Oliveira.
Nascido em Três Corações/MG, filho do advogado Paulo Afonso Sandy e da professora Maria da Conceição Rezende Sandy, Dr. Paulo graduou-se em Medicina pela Universidade José do Rosário Velano de Alfenas/MG, em 2012, tendo recebido o prêmio de destaque acadêmico na conclusão do curso.
Fez residência médica em Clínica Médica pelo Hospital Alzira Velano e residência em Geriatria pela Unicamp. É titulado em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e pós graduado em Oncogeriatria pelo Hospital Albert Einstein.
A tese de Doutorado “Solidão, isolamento social e correlatos sociodemográficos, de saúde e psicossociais em adultos brasileiros mais velhos: ELSI-Brasil” é resultado de uma pesquisa com quase 10 mil pessoas idosas de 70 municípios brasileiros, residentes nas cinco macrorregiões do Brasil. O estudo investigou a presença do sentimento de solidão e do isolamento social nessa faixa etária da população e suas associações com indicadores demográficos, de saúde e psicossociais.
Segundo o pesquisador, enquanto a solidão é um sentimento negativo de que as relações sociais existentes não são suficientes para satisfazer as necessidades emocionais do indivíduo, o isolamento social é uma experiência objetiva, referida a condições como viver sozinho, ter poucos contatos sociais e apresentar baixa participação em atividades na sociedade. Cerca de 17% das pessoas brasileiras com 50 anos de idade ou mais que participaram do estudo relataram sempre sentir solidão, e pouco mais de 20% vivem isoladas.
Pessoas mais velhas, menos escolarizadas, com menor participação social, menor suporte social, mais sintomas depressivos e menores níveis de satisfação com a vida e de qualidade de vida percebida formaram o grupo mais vulnerável à solidão e ao isolamento social.
O pesquisador aponta que é possível que as associações encontradas reflitam desigualdades socioeconômicas ao longo do curso da vida, reforçando o papel da solidão e do isolamento social como determinantes sociais de saúde das pessoas mais velhas.
Dr. Paulo espera que os conhecimentos gerados por esta e por futuras pesquisas sirvam como apoio à construção de estratégias de intervenção em saúde psicossocial e a ações governamentais promotoras de equidade de oportunidades ao longo da vida, beneficiando a saúde e o bem-estar de pessoas adultas e idosas brasileiras de modo geral, especialmente aquelas que integram os grupos mais vulneráveis à solidão e ao isolamento social.
Foto: Arquivo Pessoal