Distritos sanitários especiais (DSEIs) Yanomami e Leste Roraima receberam mais 39 profissionais. Atualmente, programa está presente em 34 distritos com 567 médicos em atividade para atendimento à população
O Programa Mais Médicos é atuante em aplacar a emergência em saúde pública dos povos que vivem na terra indígena Yanomami, em Roraima. O programa promoveu o acolhimento de 39 novos profissionais para atuar em território indígena, no Distrito Sanitário Especiais Indígena (Dsei) Yanomami e Dsei Leste Roraima. O encontro aconteceu dias 17 e 18 de setembro, no auditório do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista.
Na ocasião, os profissionais receberam treinamento para atuação diante dos casos de doenças respiratórias graves. O curso foi ofertado pela equipe pedagógica do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária à Saúde (Dgaps) em conjunto com representantes do Ministério da Educação (MEC) para capacitar os profissionais de saúde e orientá-los sobre a importância das ações de prevenção, condutas clínicas e medidas de controle entre a população indígena.
A agenda também possibilitou aos dirigentes do programa a realização de visita técnica à aldeia Auaris, localizada em território Yanomami, para avaliação da estrutura do polo de atendimento e acompanhamento do atendimento médico à população local.
Para o coordenador-geral de provimento profissional do Dgaps, Edson Gomes de Lucena, visitar essas regiões é de grande importância para entender onde os profissionais estão, qual estrutura eles têm e qual a estrutura necessária para que eles consigam desenvolver suas atividades adequadamente. “Conhecer o dia a dia do território é essencial para quem planeja e desenvolve as políticas públicas”, reforçou.
Durante as capacitações, além de os médicos entenderem quais são os principais agravos de saúde que ocorrem nessa população, também adquirem a compreensão sobre a atenção primária que eles vão realizar no território, com escopo ampliado. “A atuação nessas localidades vai exigir uma prática clínica mais desenvolvida, mais ampla, para que os profissionais consigam atender as necessidades da população, tendo em vista que no local onde eles estão não vai ter todo um suporte presente em uma rede de atenção secundária. Por essa razão, a resolutividade desse profissional precisa ser maior “, pontuou o coordenador.
Assistência reforçada
O Mais Médicos está presente em 34 Dseis, com 567 médicos em atividade para atender a população indígena no país, de acordo com o levantamento de setembro de 2024. Somente nos polos base de Roraima são 69 médicos em atuação, sendo 41 médicos no Dsei Yanomami e 28 no Leste. Antes da retomada do programa, em janeiro de 2023, eram apenas 19 médicos para atender essa região.
O Programa Mais Médicos tem grande importância na assistência local aos indígenas. Com a ampliação da quantidade de médicos, é possível atender quase toda a população indígena. “No início do ano passado não tínhamos essa quantidade de profissionais em atuação no território. Nesse sentido, o programa vem para somar, ampliar e qualificar os atendimentos dos povos indígenas”, relatou Alysson Figueiredo, médico do programa na terra indígena Yanomami.
Formação
Os profissionais que ingressam no Mais Médicos para atuar nos Dseis devem seguir trilhas formativas que incluem especialização em saúde indígena. O primeiro contato desses profissionais com seus supervisores acadêmicos, responsáveis por acompanhá-los ao longo do ciclo no programa, é promovido pelo Ministério da Educação.
“A participação dos médicos, em conjunto com seus supervisores, tem sido fundamental para fortalecer e aprimorar a supervisão acadêmica na área. Estamos observando mudanças positivas na saúde indígena. Os polos base oferecem atendimento médico, de enfermagem, farmacêutico, psicológico e até odontológico”, afirmou o coordenador-geral de Expansão e Gestão da Educação em Saúde do MEC, Francisco de Assis Rocha Neves.
Fonte: Agência Gov
Foto: divulgação/MS