sábado, 19 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Mais do que espaços de mobilização política, coletivos de migrantes possibilitam a criação de vínculos afetivos entre participantes, por meio dos quais as mulheres constroem redes de apoio longe de seus países de origem. Essa é uma das constatações de pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFMG pela jornalista Paula Dornelas, sob orientação da professora Marlise Matos e coorientação da professora Adriana Piscitelli, do Núcleo de Estudos de Gênero (Pagu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Durante o doutorado, Dornelas investigou a articulação entre mulheres migrantes de países do sul global, especialmente no Brasil e na Argentina, para ter acesso a políticas públicas e enfrentar problemas como xenofobia, racismo e violência de gênero. “Muitas mulheres migrantes trazem pautas dos seus países de origem para serem debatidas, para virarem um tema de luta e serem amplificadas no país de destino. Isso é um potencial, é algo muito marcante dentro dos ativismos dessas mulheres, desses feminismos migrantes”, analisa a pesquisadora.

A pesquisa envolveu trabalho de campo em três capitais brasileiras: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, de outubro de 2022 a julho de 2023, e em Buenos Aires, na Argentina, de agosto de 2023 a janeiro de 2024. Nas quatro cidades, Dornelas acompanhou coletivos de migrantes e entrevistou 24 mulheres pertencentes a esses grupos, além de seis mulheres que atuam com a pauta da migração, como gestoras públicas, pesquisadoras, professoras e integrantes de organizações não governamentais. Foram mais de 50 horas de entrevistas gravadas que resultaram em cerca de 750 páginas transcritas, em português e espanhol.

Fonte: UFMG

Foto: Paula Dornelas

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