sábado, 19 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Aconteceu na sexta-feira, 17 de maio, no salão nobre do Hotel Bragança, em Caxambu, o lançamento do livro “José Augusto de Freitas – Elo perdido do violão brasileiro” escrito por Jorge Mello e Celso Faria. O evento contou com uma magnífica palestra de Jorge Mello, que explanou sobre o processo de produção do livro e um maravilhoso recital de violão executado por Celso Faria que encantou a todos.

Diversos convidados acompanharam a apresentação, que foi organizada pela Academia Caxambuense de Letras com apoio da Prefeitura Municipal de Caxambu e contou com Cris Mallet como mestre de cerimônia, conduzindo a abertura do evento.

O trabalho de pesquisa para o desenvolvimento da obra literária teve início em junho de 2021 e contou com viagens à terra natal do biografado, a fim de coletar certidões de nascimento dele e de familiares, análise de documentos, fotos, matérias e anúncios veiculados em jornais da época, programas impressos dos concertos, uma biografia escrita por um de seus ex-alunos (Benedicto Rodrigues) que não foi publicada, além de entrevistas com familiares e amigos do violonista.

“José Augusto de Freitas – elo perdido do violão brasileiro”

A biografia recém-lançada joga luz à trajetória artística de um dos mais expressivos instrumentistas brasileiros, que atuou entre as décadas de 1920-40, principalmente na cidade do Rio de Janeiro.

Certa vez, perguntado por um jornalista qual era sua pretensão, Freitas não titubeou: “quero ser concertista de violão” – e foi!

Natural de Rio Pomba-MG, ele é considerado o principal discípulo de Quincas Laranjeiras e também teve contato, dentre outros, com Andrés Segovia, Heitor Villa-Lobos e Agustin Barrios.

Frequentador assíduo em diversas emissoras de rádio da então capital do Brasil, José Augusto de Freitas se apresentava executando, além de suas próprias composições, obras do repertório clássico do violão. Durante algum tempo, além do violão, ele lecionou acordeom, instrumento que estava “na moda” – decorrente do sucesso alcançado por Luiz Gonzaga.

Incompreensivelmente, hoje em dia José Augusto de Freitas é praticamente desconhecido, somente é lembrado como o compositor de uma única música, a valsa “Soluços”, gravada fonograficamente por Dilermando Reis, no LP “Saudade de Ouro Preto” (1966).

Apesar de curta, a carreira de Freitas foi intensa e sem precedentes no cenário brasileiro do violão à época. José Augusto de Freitas sucedeu a geração de Américo Jacomino (Canhoto) e João Teixeira Guimarães (João Pernambuco) e antecipou a de Dilermando Reis, Laurindo Almeida e Anibal Augusto Sardinha (Garoto) por isso, elo perdido do violão brasileiro.

Sobre os autores

Jorge Mello é presidente da Academia Caxambuense de Letras, Físico e professor aposentado de Física da UFRRJ. É coautor de “Caminhos Cruzados, a vida e a música de Newton Mendonça” e “Choros de Garoto” e autor de “Gente Humilde, vida e música de Garoto”; “A viagem musical de Nestor Campos” e “Do Zezinho do Banjo ao Zé Carioca”.

Celso Faria é concertista de violão que atua em recitais solo, formações camerísticas e ainda como solista orquestral, professor e produtor cultural. Com destacada atuação, foi premiado em diversos concursos de interpretação musical, participou de programas para rádio, TV e Internet. Frequentemente é convidado para participar de festivais de música no Brasil e já gravou sete álbuns fonográficos.

O livro, que foi publicado de forma independente, possui 238 páginas e está à venda pelo valor de R$70,00 com os autores, que podem ser contatados em suas redes sociais.

Por Tiago Carvalho

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