O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do direito de visitas ao tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, oficial do Exército, que está preso desde novembro de 2023 pela Operação Contragolpe da Polícia Federal. A decisão foi tomada após a Polícia Militar do Planalto informar que a irmã do oficial, Dhebora Bezerra de Azevedo, tentou entregar uma caixa de panetone ao tenente-coronel durante visita na prisão. Dentro da caixa, estavam escondidos “um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória”.
O episódio ocorreu no sábado (28), na carceragem do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB), onde Rodrigo Bezerra Azevedo está em prisão preventiva. A ação levantou suspeitas de que a irmã do oficial tentaria fazer contrabando de itens proibidos ao detido. O Comando Militar do Planalto foi informado sobre a tentativa e a situação resultou na decisão do ministro Moraes.
A defesa do tenente-coronel, representada pelo advogado Jeffrey Chiquini, afirmou que apresentará uma petição para que o ministro reconsidere a medida e permita visitas de familiares, especialmente da esposa e filha do oficial. Em entrevista à Agência Brasil, Chiquini declarou que a suspensão total das visitas seria excessiva. “Provavelmente, vamos pedir a individualização das condutas. Suspender todas as visitas é demais”, afirmou.
O advogado também entrou em contato com Dhebora Bezerra de Azevedo, que confirmou o incidente, mas destacou que não conseguiu acessar o presídio nem entregar o fone de ouvido e outros itens. “Ela me contou que não chegou a entrar com o fone”, disse Chiquini.
Participação em ação clandestina
Rodrigo Bezerra Azevedo, integrante das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kid pretos”, especializados em táticas de guerrilha e infiltração, é acusado de envolvimento em uma ação clandestina em dezembro de 2022. A Polícia Federal investiga Azevedo como um dos militares envolvidos em um plano para executar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em Brasília. Durante a investigação, o tenente-coronel foi identificado com o codinome “Brasil” em comunicações interceptadas.
Em resposta, o advogado de Azevedo, Jeffrey Chiquini, negou que seu cliente tenha utilizado esse codinome, afirmando que ele estava em Goiânia, com a família, na data do suposto atentado, por coincidir com seu aniversário. Chiquini alegou ter provas de que Azevedo estava em casa e não envolvido na ação mencionada.
A prisão preventiva de Rodrigo Bezerra Azevedo permanece em vigor, enquanto a investigação sobre o caso segue sob análise da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal.
Com as informações da Agência Brasil
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