O ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra, Joaquim Levy, afirmou que os setores de mineração e infraestrutura poderão investir um total de R$ 2 trilhões nos próximos dez anos, sendo 30% desse valor proveniente de capital estrangeiro.
A afirmação foi feita em palestra no Invest Mining Summit 2024, na sede da B3, em São Paulo, no dia 8 de outubro. Para Levy, esses setores serão os motores para elevar a taxa de investimento em 20% do PIB até 2030. “A transformação no setor mineral, impulsionada pela exploração de minerais críticos como lítio, cobre e níquel, deverá fortalecer a posição do Brasil como líder global na produção de insumos essenciais para a transição energética”, disse o ex-ministro.
Levy analisou também a taxa de câmbio e da Selic, que segundo, ele, desempenharão papéis chave na economia brasileira nos próximos anos, com a previsão de uma taxa Selic de 11,50% em 2024, caindo progressivamente até 8,50% em 2026. Esse declínio deve ser facilitado pelo cumprimento do arcabouço fiscal e ajustes em gastos específicos a partir de 2025. Com isso, espera-se um impacto positivo na dinâmica da dívida pública e no ambiente econômico.
Para Levy, apesar de desafios econômicos e um cenário contracionista no curto prazo, a disciplina nos gastos públicos e o crescimento do PIB serão fundamentais para a trajetória positiva da economia. A previsão, segundo ele, é de que o PIB brasileiro cresça a uma taxa de 2,5% ao ano com uma política fiscal equilibrada e receitas adicionais geradas pelos investimentos em infraestrutura e setores como mineração e energia. Outro ponto relevante citado por ele foi o impacto da transição energética no crescimento do PIB. Ele avalia que a transformação no setor mineral, impulsionada pela exploração de minerais críticos como lítio, cobre e níquel, deverá fortalecer a posição do Brasil como líder global na produção de insumos essenciais para a transição energética.
Ele acrescentou que investimentos significativos foram feitos para expandir a produção de minerais estratégicos, como o níquel (US$ 4,4 bilhões), cobre (US$ 6,8 bilhões) e terras raras (US$ 1,5 bilhão), minerais essenciais para atender a demanda global por tecnologia limpa.
No âmbito regulatório, Levy enfatizou a importância de uma legislação adequada para ampliar o setor mineral, com foco em aspectos socioambientais que garantam a competitividade internacional dos produtos brasileiros. “A regulação eficaz poderá atrair investimentos estrangeiros e consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores globais de minerais essenciais para a economia verde”, avalia o ex-ministro da Fazenda.
Joaquim Levy disse também que a coordenação entre a diplomacia brasileira e os planos estratégicos de grandes potências, como os Levy concluiu afirmando que a agenda de investimentos em minerais voltados para transição energética será uma das principais alavancas para o desenvolvimento econômico brasileiro nos próximos anos.
Fonte: Brasil 61
Foto: Vlad Chetan