Numa iniciativa que envolve a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Ministério da Saúde (MS), na quarta-feira (25), o Hospital Aroldo Tourinho (HAT), sediado em Montes Claros, iniciou a implementação do Projeto “Saúde em Nossas Mãos”, no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). No HAT o projeto será desenvolvido pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), de São Paulo, com o objetivo de reduzir em 50% as infecções relacionadas à assistência à saúde.
No dia 7 de junho deste ano, por meio da Deliberação 4.722, a Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS) selecionou cinco instituições norte-mineiras, entre 39 vagas disponíveis para o projeto “Saúde em Nossas Mãos”. Além do Hospital Aroldo Tourinho, em Montes Claros foram selecionados a Santa Casa; o Hospital Universitário Clemente de Faria e o Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira. Também participa do projeto a Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan).
Alinhado ao Plano Nacional de Saúde (PNS), o “Saúde em Nossas Mãos” visa reduzir, em médio prazo, a incidência dos principais indicadores de infecção hospitalar, além de demonstrar o impacto financeiro com a prevenção das infecções. A longo prazo, a iniciativa objetiva contribuir para a mudança da cultura das organizações de saúde com relação à segurança dos pacientes.
João Alves Pereira, coordenador de Redes de Atenção à Saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, explica que “entre outras atividades, são compostas equipes multidisciplinares nas diferentes áreas de interesse em torno das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), além da nomeação de líderes de projeto em cada hospital. Eles são os responsáveis por engajar as equipes e estimular a implementação de práticas seguras a partir de metodologias e ferramentas específicas de qualidade e segurança do paciente”.
De acordo com a consultora do HAOC, enfermeira Beatriz Marques da Cunha, “nesse triênio, serão realizadas visitas presenciais e anuais ao Hospital Aroldo Tourinho, onde será feito o reconhecimento do cenário atual. De acordo com o resultado desse diagnóstico inicial, será projetado um plano de ação para acompanhamento da instituição, detectando as fragilidades a serem trabalhadas e posteriores implementações de melhorias”.
A diretora de qualidade e inovação do HAT, Zilá Aparecida Soares Pereira, entende que “a relevância do projeto não se limita a Montes Claros e serve como um modelo a ser replicado em outras instituições do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo a disseminação de métodos eficazes para o combate às infecções hospitalares”.
Já o secretário da Fundação Hospitalar de Montes Claros, que administra o HAT, Bernardo Brant, espera que “nossos colaboradores aproveitem e absorvam todo o conhecimento, porque temos capacidade para transformar o Hospital Aroldo Tourinho em referência estadual”.
Emergências
Ainda por meio da Deliberação 4.722 publicada em junho, a CIB-SUS também selecionou 21 instituições do estado para a implementação do Projeto Lean nas Emergências, que integra o Proadi-SUS. Do Norte de Minas está participando o Hospital Dr. Moisés Magalhães Freire, sediado em Pirapora; e o Hospital Regional de Janaúba.
O Lean nas Emergências é coordenado por profissionais dos hospitais Moinhos de Vento, de Porto Alegre; Sírio-Libanês e Beneficência Portuguesa, de São Paulo. A iniciativa objetiva reduzir os níveis de superlotação nos serviços de urgência e emergência, com a diminuição do tempo de passagem do paciente entre o momento de admissão, a chegada a um leito em unidade de internação e a alta hospitalar.
O programa
O Proadi-SUS reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Beneficência Portuguesa; Hcor; Hospital Israelita Albert Einstein; Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Em 13 anos os hospitais participantes do Programa investiram cerca de R$ 7,9 bilhões de recursos próprios no SUS. Os valores são correspondentes à imunidade aos tributos PIS, Cofins e Cota Patronal do INSS. Entre 2009 e 2022 foram executados cerca de 750 projetos.
Segundo a coordenação do Proadi-SUS, entre os principais benefícios alcançados destacam-se: redução das filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Foto: Divulgação/ Hospital Aroldo Tourinho