sexta-feira, 22 de novembro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Leite (MDB), abriu nesta sexta-feira (09) a etapa estadual do Seminário Técnico Crise Climática em Minas Gerais: desafios na convivência com a seca e a chuva extrema ressaltando a importância do momento para dar conhecimento aos trabalhos desenvolvidos pelos grupos temáticos após sete encontros regionais realizados pelo Estado.

Ao mesmo tempo, Tadeu Leite frisou não se tratar apenas de uma etapa final do seminário, lançado em 14 de março, mas de um ponto de partida.

“Esse é o ponto de início do nosso trabalho, pois foram mais de 300 diretrizes alinhadas até aqui nos grupos temáticos. Agora nos debruçaremos sobre elas e construiremos um plano de ação para ser posto em prática. Todos os deputados estão juntos nessa missão, não interessa a questão partidária”, ressaltou o parlamentar.

Segundo o presidente, as diretrizes serão compiladas e, uma vez pronto, o plano de ação será tornado público nos próximos meses, em outro evento a ser realizado na ALMG. Tadeu Leite ressaltou que o seminário mobilizou instituições parceiras, tendo sido uma oportunidade não só para apontar problemas e buscar soluções, mas também para conhecer em torno de 25 boas práticas já existentes em Minas na convivência com extremos climáticos.

Também na mesa de abertura da etapa estadual do evento, a deputada Leninha (PT), 1ª vice-presidenta da Assembleia, deputada Leninha, ressaltou a coragem do Legislativo de priorizar no seminário um tema tão relevante, mas também espinhoso. Segundo ela, ainda há quem não acredite na existência de uma crise climática e nos impactos das atividades econômicas no meio ambiente.

“Além do Legislativo, o Governo do Estado também precisa adotar os indicativos do plano de ação resultante do seminário, por meio da execução de programas com orçamento assegurado”, disse a deputada.

A importância de garantir orçamento para ações de convivência com os extremos climáticos também foi destacada pelo deputado Gil Pereira (PSD). Ele ainda salientou que Minas já responde por mais de 20% da energia fotovoltaica produzida no Brasil, importante para a sustentabilidade ambiental, por se tratar de energia limpa.

Defendendo que é preciso “deixar de lado a arrogância e ouvir a natureza”, o dep utado Leleco Pimentel (PT) avaliou que o seminário trouxe diretrizes importantes e que ações futuras precisam se voltar também para atividades econômicas de grande impacto, como a mineração, a qual estaria comprometendo a segurança hídrica e alimentar de territórios mineiros e de suas populações.

Preocupação semelhante foi manifestada pela deputada Bella Gonçalves (Psol). De acordo com ela, mudanças climáticas e interferências da economia na natureza produzem desastres socioambientais e agravam riscos de novas tragédias, a exemplo dos rompimentos de barragens de rejeitos de mineração já ocorridos em Minas.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) acrescentou que outros acontecimentos recentes, como a tragédia da enchente no Rio Grande do Sul, comprovam a importância de se discutir a crise climática. Na opinião dela, eventos como este deveriam servir de lição contra o enfraquecimento do serviço público e contra medidas como a contração de consultorias privadas no licenciamento ambiental.

Ela ainda alertou que os problemas climáticos não atingem a todos de forma igual, implicando num recorte de gênero e raça, recaindo principalmente sobre mulheres negras, o que também foi abordado pela deputada Ana Paula Siqueira (Rede). Esta também defendeu que o seminário encampado pela ALMG deve resultar em medidas tanto preventivas quanto de mitigação de danos.

Iniciativas serão premiadas

Ainda durante a solenidade desta sexta-feira (9), o presidente Tadeu Leite anunciou que será publicado nos próximos dias o edital do Prêmio Assembleia de incentivo à Inovação – Crise Climática, promovido em parceria com o Parque tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC).

Serão analisadas até dez propostas, de pessoas físicas ou jurídicas, com soluções inovadoras para o enfrentamento da crise climática no Estado. Cada uma terá direito a um prêmio de R$ 60 mil.

Fonte: Almg

Fotos: Guilherme Bergamini / ALMG

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