sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Ação piloto vai instalar equipamentos sustentáveis em sete cozinhas solidárias estrategicamente mapeadas por todo o país

O Governo Federal lançou, na quarta-feira, 2 de outubro, o projeto piloto Cozinha Solidária Sustentável, que prevê a instalação de biodigestores e de painéis solares em sete cozinhas estrategicamente mapeadas pelo Brasil, nas cidades de Foz do Iguaçu (PR), Brasília (DF), Ananindeua (PA), São Leopoldo (RS), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e Boa Vista (RR), assim como outros equipamentos necessários para garantir um processo de cozimento limpo durante o preparo das refeições.

Criada a partir de uma articulação estratégica entre ministérios e sociedade, a iniciativa foi desenvolvida no âmbito do Programa Cozinha Solidária, do Governo Federal, a partir de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Ministério de Minas e Energia (MME) e Secretaria-Geral da Presidência da República. Juntam-se como apoiadores da ação a Itaipu Binacional, a Associação Brasileira de Biogás (Abiogás) e a Cáritas, como entidade gestora credenciada no Programa Cozinha Solidária.

“O preparo de alimentos depende, quase sempre, de uma fonte de energia que, para muita gente, é o gás de cozinha, é a lenha”, lembrou o ministro Wellington Dias. “O que estamos iniciando é um trabalho em conjunto, a partir do Programa Cozinha Solidária, para tornar essas cozinhas sustentáveis, utilizando resíduos orgânicos para produzir biogás e placas solares para gerar energia, diminuindo gastos, garantindo alimentação de qualidade para quem mais precisa e preservando o meio ambiente”, completou.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por sua vez, defendeu a promoção do cozimento limpo como uma forma de combater a pobreza energética. “Hoje, damos um passo importante com o lançamento de uma política social que alcançará os mais atingidos pelo uso inadequado de fontes para cozinhar. Essa é a verdadeira transição energética justa e inclusiva que defendemos e trabalhamos”, afirmou.

FUNCIONAMENTO — Nos locais, os biodigestores produzirão biogás por meio do uso dos resíduos orgânicos das cozinhas, além de insumos para adubar as hortas. Os resíduos orgânicos que não servem para o consumo são todos destinados ao biodigestor instalado no local. Nele, esse material é transformado em biogás e fertilizante natural, o que deve ajudar na redução dos custos da produção das refeições destinadas às pessoas em situação de risco e vulnerabilidade.

A instalação de painéis solares também permite que a cozinha solidária tenha acesso à energia limpa que é usada no cozimento dos alimentos de maneira mais saudável com o forno elétrico e a fritadeira sem óleo.

Os equipamentos operam por meio de um sistema simples, mas de grande impacto social, econômico e ambiental, como a captação da energia solar para a geração de energia elétrica, o que permite expandir o acesso à alimentação adequada e saudável e ainda contribuir para um mundo mais sustentável.

FRATERNIDADE “O CAMINHO” — Na Cozinha Solidária da Fraternidade “O Caminho”, em Foz do Iguaçu (PR), o trabalho sempre começou cedo para garantir a preparação das cerca de 120 refeições que são servidas gratuitamente para pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluindo a população em situação de rua e em insegurança alimentar e nutricional.

A cozinha está entre as sete unidades escolhidas para a instalação de um biodigestor e um painel solar. O local também receberá um fogão adaptado para o uso do biogás, um forno elétrico industrial e uma fritadeira elétrica que, sem óleo, permite o preparo de até 20 quilos de alimento de cada vez.

“Agora, podemos chegar até um pouco mais tarde”, brincou uma das voluntárias. “Com o novo forno, demora menos de uma hora para termos o nosso prato principal pronto”, contou, mostrando o frango assado que seria servido nas quentinhas distribuídas a partir de meio-dia e meia.

Para a irmã Mirela, uma das responsáveis pelo local, a economia que a cozinha solidária terá com a autoprodução de biogás e de energia elétrica pode resultar em outros investimentos. “Reduzindo o consumo do nosso gás, por meio do biodigestor, isso nos ajuda a investir de uma outra forma no serviço, tanto na melhoria do alimento, quanto de outras necessidades que eles possam ter”, ressaltou, referindo-se ao público que é atendido no local.

POBREZA ENERGÉTICA — Pesquisa da Agência Internacional de Energia (IEA) mostra que mais de 2,3 bilhões de pessoas no mundo não acessam fontes de energia limpas. O número equivale a 28,7% da população global. Com base nesse cenário, o governo brasileiro decidiu, no âmbito do G20, refletir e agir no combate à pobreza energética.

Os sete biodigestores que estão sendo instalados no projeto-piloto serão doados pela Abiogás, no âmbito da parceria firmada com o Governo Federal para a implementação da iniciativa Cozinha Solidária Sustentável. De acordo com a Associação, o custo de fornecimento e instalação dos biodigestores é de R$ 452 mil.

COZINHAS SOLIDÁRIAS — As cozinhas solidárias são iniciativas criadas a partir da mobilização da sociedade, com foco no enfrentamento da insegurança alimentar e no combate à fome. Por meio da oferta de refeições gratuitas e de qualidade à população, esses espaços comunitários atendem prioritariamente pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluindo a população em situação de rua e em insegurança alimentar e nutricional. Reconhecendo o caráter estratégico dessa tecnologia social, em 2023, o Governo Federal lançou o Programa Cozinha Solidária, com o objetivo de apoiar essas iniciativas por todo país.

COZINHA SOLIDÁRIA SUSTENTÁVEL — A Cozinha Solidária Sustentável insere-se no contexto de discussão da Política Nacional para Promoção do Cozimento Limpo, que tem o propósito de promover o acesso universal, em todo o país, a tecnologias limpas para cozimento de alimentos, ou seja, a utilização de fontes energéticas limpas para a preparação de alimentos em ambientes internos. A iniciativa surgiu no contexto do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, em sinergia com a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

“Se desejamos combater a fome e a pobreza nas suas diferentes formas, precisamos levar em consideração o direito de todas as pessoas ao alimento, mas, também, o direito à energia limpa para o seu preparo. A união de esforços entre governo e sociedade é fundamental para avançarmos nesse objetivo comum”, destacou Wellington Dias.

POLÍTICA NACIONAL PARA PROMOÇÃO DO COZIMENTO LIMPO — A iniciativa de instalação de biodigestores em cozinhas solidárias insere-se no contexto de discussão da Política Nacional para Promoção do Cozimento Limpo, que tem o propósito de promover o acesso universal, em todo o país, a tecnologias limpas para o preparo de alimentos, sendo compreendida como cozimento limpo a utilização de fontes energéticas limpas em ambientes internos.

A instalação de biodigestores nas cozinhas solidárias indicadas diminuirá perdas e desperdícios de alimentos promoverá a economia dos recursos das cozinhas, visto que o abastecimento do equipamento com resíduos de alimentos viabiliza a produção de biogás para cozimento e de composto orgânico, que poderá ser destinado a hortas comunitárias.

Fonte e Foto: Agência Gov.

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