O Governo de Minas lançou no sábado (19), na Alameda da Educação, na Praça da Liberdade, a campanha “Uma tradição única no mundo: Queijo Minas Artesanal rumo ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco”. O objetivo é reforçar a mobilização nesta reta final da candidatura dos Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, cuja avaliação acontecerá durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Unesco na primeira semana de dezembro em Assunção, no Paraguai.
Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, o título que está por vir terá um significado especial para o estado. “O queijo mineiro será o primeiro produto da cultura alimentar do Brasil a ter o título da UNESCO. Ganha nossa cultura e, sobretudo, ganha o turismo potencializando a economia da criatividade”, avalia o secretário Leônidas de Oliveira. Dentre as ações apresentadas no encontro deste sábado estão um selo para difusão da candidatura e do próprio Queijo Minas Artesanal, a realização de evento no dia 19 na Praça da Liberdade, press trip e iniciativas de promoção em feira de turismo.
“A ação de hoje tem o objetivo de engajar cada vez mais a população na campanha pelo Modo de Fazer o Queijo Minas se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Nesta feira, que é fruto de uma parceria entre Secretaria de Cultura e Turismo e a Emater-MG, trazemos a Belo Horizonte representantes das dez regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal. É uma tradição mineira de mais de 200 anos e que está a um passo se ser reconhecida mundialmente”, explicou o presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), João Paulo Martins.
A campanha é fruto do trabalho em conjunto entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e a Comissão para Promoção e Difusão da Candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal parceiros. Ela também insere no contexto da promoção do Ano da Cozinha Mineira – Clássica e Contemporânea.
Cronograma
A campanha seguirá um cronograma contínuo de outubro a dezembro até o momento da 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Unesco em Assunção e seguirá após este momento, com desdobramentos para o próximo ano. A começar pelo evento de mesmo nome que aconteceu no sábado (19), na Praça da Liberdade. Neste mês, o Iepha conduzirá um trabalho de divulgação da candidatura junto aos produtores do Serro, realizando entrevistas e um Inventário Cultural Participativo. Esse trabalho se estenderá para as outras regiões queijeiras nos próximos meses.
Em outubro também estão previstos momentos específicos voltados ao Queijo Minas Artesanal durante as feiras Superminas e BTM, a serem realizadas, respectivamente, em Belo Horizonte e Fortaleza. Em novembro, um dos destaques será a press trip que irá levar jornalistas brasileiros para conhecer de perto o ofício de produtores das dez regiões queijeiras de Minas Gerais. Nesse mesmo mês, haverá o lançamento da série “Regiões do QMA”, elaborada em parceria com a Rede Minas, durante o Simpósio Científico ICOMOS 2024 em Ouro Preto. A partir da parceria com o Sebrae, para novembro também estão previstas oficinas sobre Queijo Minas Artesanal e a gastronomia por meio do projeto Origem Minas.
Já em dezembro, a parceria com o Sebrae segue também durante participação no Prêmio Cumbucca de Gastronomia, no Palácio das Artes. O objetivo é convidar os produtores de queijo para divulgarem os seus produtos durante o evento.
Selo da campanha
A fim de fortalecer, portanto, a difusão da importância desse título e impulsionar a mobilização nesta reta final da candidatura, será lançado um selo que poderá ser amplamente utilizado pelos diversos setores da sociedade. O reconhecimento, afinal, beneficiará a todos, desde os produtores, que a partir desta chancela, terão valor agregado aos seus produtos aos realizadores culturais envolvidos em festivais, chefs de cozinha e até pesquisadores, o que revela as dimensões econômicas, sociais e culturais em torno do título. Este será também mais um forte elemento na atração de turistas para Minas Gerais, incrementando a geração de emprego e renda no estado. A proposta é unir esforços e mostrar ao país e ao mundo a singularidade do Queijo Minas Artesanal, que traz consigo saberes, elementos históricos e traços culturais que compõem a mineiridade.
Press trip
Uma experiência única e de imersão nas dez regiões queijeiras de Minas Gerais será proporcionada a jornalistas do Brasil com uma press trip prevista para novembro e que conta com a parceria do Sebrae. Essa ação tem o objetivo de promover o Queijo Minas Artesanal e seus saberes tradicionais, enquanto produto cultural e sustentável. Além da valorização do produto, o roteiro dessa viagem abordará o impacto positivo das práticas em torno do alimento na conservação das paisagens naturais e na sustentabilidade das comunidades locais, fatores que corroboram a relevância da candidatura do queijo enquanto Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Ações nacionais e internacionais
Neste mês, a Secult levará à BTM – Brazil Travel Market, que será sediada em Fortaleza (Ceará), o Queijo Minas Artesanal, iniciativa que se soma às iniciativas de promoção no país e no exterior da cozinha mineira. Em novembro, está prevista também uma ação no Chile, o que contribui para ampliar possibilidades de negócios e atrair turistas para o estado.
Patrimônio
O Governo de Minas tem se empenhado pela inclusão dos Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal na Lista Representativa da Unesco com ações contínuas no Brasil e no exterior desde 2022, quando foi lançada a primeira campanha internacional pelo título de Patrimônio Imaterial Cultural da Humanidade. Em parceria com o Governo Federal, naquele ano foi apresentada essa candidatura durante a 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos.
E em março de 2023 essa foi oficializada a partir da entrega do dossiê pela Delegação Permanente junto à Unesco em Paris ao Secretário da Convenção do Patrimônio Imaterial, Tim Curtis. Essa ação foi fruto de articulações entre o Iepha-MG e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também somaram esforços as Secretarias de Estado de Cultura e Turismo e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais; a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG); a Rede Minas; e a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo).
Símbolo da identidade cultural mineira, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, mais do que um alimento, representa a tradição e tem importante contribuição para o desenvolvimento social e econômico do estado. Em 2002, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais (circunscrito à região do Serro) e, posteriormente, Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde 2008.
Fonte: Secul-MG
Foto: Renata Garbocci / Secult-MG