O Governo de Minas Gerais concluiu no dia 8 de janeiro um importante processo de remediação de solo contaminado por mercúrio na comunidade rural Serra da Grama, localizada em Descoberto, na Zona da Mata. A ação foi realizada por meio de uma parceria entre a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), com o apoio da empresa Engesolve na execução das obras.
A área afetada possui um histórico de garimpo de ouro datado do século 19, o que levou ao uso de mercúrio no processo de mineração, resultando em contaminação do solo. Estudos realizados pela Feam desde 2002 apontaram a presença dos resíduos de mercúrio, o que exigiu a intervenção governamental para proteger a saúde ambiental e da população local.
A remediação do solo teve início em novembro de 2024 e foi concluída em janeiro de 2025, com a remoção do solo contaminado. O material foi devidamente encaminhado para um aterro de resíduos perigosos localizado em Juiz de Fora. Durante o processo, foi dada atenção especial à escavação no período seco, o que garantiu a execução segura e sem contratempos.
Após a remoção do solo contaminado, o terreno foi reconstituído com a criação de taludes, garantindo a estabilidade do solo. A estrada de acesso à comunidade, que havia sido bloqueada devido à contaminação, também foi reaberta.
Em setembro de 2024, foi iniciado o processo de reflorestamento da Área de Preservação Permanente (APP) próxima ao Córrego Rico, um dos pontos críticos da contaminação. Espécies nativas foram plantadas, enquanto gramíneas de rápido crescimento foram semeadas nas áreas adjacentes. O processo de plantio foi cercado temporariamente para proteger o crescimento das plantas e garantir sua efetividade, conforme o Projeto Técnico de Recomposição da Flora (PTRF).
Após a conclusão da remediação, análises químicas realizadas confirmaram a eliminação completa do mercúrio do solo. Além disso, foi verificado que não há contaminação na água superficial e no sedimento do Córrego Rico. Esses resultados permitiram que a Feam classificasse a área como Área Reabilitada para Uso Declarado (AR).
O monitoramento do crescimento da vegetação nativa e a manutenção dos taludes continuam sob a responsabilidade da Engesolve, com acompanhamento contínuo por parte dos órgãos ambientais estaduais. A previsão é que o contrato de monitoramento e recuperação do ecossistema dure por dois anos, com o objetivo de garantir a recuperação completa da área.
Além de remover o risco imediato de contaminação por mercúrio, o trabalho de remediação e reflorestamento contribui para a recuperação do ecossistema local, com benefícios diretos para a qualidade ambiental, a biodiversidade e a saúde da população. A ação também reflete o compromisso do governo estadual com a preservação ambiental e a sustentabilidade na gestão de áreas impactadas pela atividade garimpeira.
Com as informações da Agência Minas
Foto: Sisema / Divulgação