Equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) se reuniram, nessa segunda-feira (23), com a Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia, lideranças locais e representantes indígenas para discutir as ações emergenciais contra os impactos das queimadas e seca extrema no estado. A principal preocupação são os danos à saúde causados pela densidade da fumaça e a falta de água potável, que afetam diretamente milhares de pessoas, especialmente em áreas indígenas.
Durante a reunião, foi apresentado um plano de contingência detalhando a resposta coordenada para combater os problemas de saúde pública decorrentes da crise ambiental. O secretário de Atenção Especializada à Saúde (Saes), Adriano Massuda, reforçou o compromisso do Governo Federal e do Ministério da Saúde em fornecer insumos, medicamentos e atendimento, com atenção especial às comunidades mais isoladas e vulneráveis. “O Governo Federal e o Ministério estão totalmente comprometidos em oferecer o suporte necessário a Rondônia neste momento crítico”, afirmou Massuda.
Rodrigo Stabelli, coordenador-geral da FN-SUS, destacou a gravidade da seca e os impactos prolongados que ela poderá causar na saúde e economia local. “Não mediremos esforços para fazer o que for necessário. Conseguimos mobilizar um grande volume de voluntários e podem contar conosco”, salientou Stabelli, que também ressaltou a importância da colaboração entre órgãos estaduais, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
A ação da FN-SUS em Rondônia faz parte de uma série de medidas implementadas pela pasta para apoiar estados afetados pela crise climática. Na última semana, Acre e Amazonas também receberam equipes para realizar diagnósticos e reforçar as respostas de saúde pública.
Alerta de saúde e impacto nas comunidades indígenas
Além das queimadas, a má qualidade do ar em Rondônia atingiu níveis alarmantes, com registros de mais de 460 microgramas por metro cúbico de poluição, segundo o secretário de saúde do estado, Jefferson Rocha. Esse cenário tem agravado doenças respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
O Comitê de Respostas a Eventos Extremos na Saúde Indígena (CRISE) também alertou que 44 aldeias no Distrito Sanitário Especial Indígena de Porto Velho (Dsei/PVH) estão entre as mais afetadas, deixando 3.431 indígenas sem acesso à água potável e com insegurança alimentar. Para mitigar essa crise, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) já iniciou um processo emergencial para garantir o aporte nutricional às comunidades.
Nesta terça-feira (24), as equipes da Força Nacional e da Sesai vão visitar os municípios mais afetados das regiões de Madeira Mamoré e Vale do Jamari, além de se reunirem com o Dsei Vilhena para discutir o panorama atual e ajustar novas ações.
Fonte: Ministério da Saúde
Foto: Igor Evangelista / MS