A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) denunciou, no dia 8 de janeiro, que agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro entraram de forma descaracterizada e sem autorização dentro do campus da instituição, localizado no Complexo de Manguinhos, na zona norte da capital. A operação faz parte da chamada “Operação Torniquete”, realizada pela polícia no Complexo de Manguinhos, com o objetivo de combater o roubo e a receptação de cargas, práticas que financiam as facções criminosas na região.
Segundo a Fiocruz, a operação foi conduzida de maneira arbitrária, sem prévia comunicação ou autorização da instituição, colocando em risco os trabalhadores, alunos e colaboradores da fundação. Em um comunicado oficial, a Fiocruz afirmou que “a ação da Polícia Civil foi feita de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação à instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco.”
Durante a movimentação no campus, um supervisor da empresa contratada para fornecer serviços de vigilância à fundação foi detido pelos policiais, acusado de ter dado cobertura a criminosos que estavam em fuga. No entanto, a Fiocruz defendeu o supervisor, esclarecendo que ele estava apenas auxiliando na desocupação e interdição de algumas áreas do campus, com o objetivo de garantir a segurança de funcionários e alunos da instituição.
Além disso, a operação resultou em ferimentos a uma funcionária da Fiocruz. Ela foi atingida por estilhaços de vidro, após uma bala perfurar uma das paredes do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, setor responsável pela fabricação de vacinas e outros medicamentos da fundação. A funcionária precisou ser atendida por médicos devido aos ferimentos.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que a operação no Complexo de Manguinhos teve como foco o combate ao roubo e à receptação de cargas, atividades que alimentam as facções criminosas da área. Em nota, a corporação confirmou que o vigilante da Fiocruz foi detido e acusado de auxiliar na fuga de criminosos. Além disso, a polícia relatou a apreensão de armas e drogas durante a operação, mas não detalhou a quantidade dos materiais encontrados até o fechamento da nota.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
