A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Google anunciaram nesta segunda-feira (02) a assinatura de um acordo de cooperação voltado para o fortalecimento da segurança cibernética no setor financeiro. A parceria visa desenvolver soluções para proteger usuários de fraudes, especialmente em dispositivos com o sistema operacional Android e em aplicativos bancários. O objetivo é criar ferramentas tecnológicas mais eficientes para prevenir crimes digitais e roubos financeiros.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, destacou que a colaboração com o Google representa um avanço importante para o setor bancário brasileiro: “Esse trabalho conjunto possibilitará que o sistema financeiro passe a ter ferramentas tecnológicas de prevenção a fraudes mais eficazes”. Sidney reforçou ainda que a iniciativa é uma resposta do setor para garantir a segurança dos serviços prestados e proteger os clientes contra fraudes.
Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, também enfatizou a relevância da parceria, ressaltando que o objetivo é criar um ecossistema digital mais seguro: “Unindo forças e expertise, poderemos desenvolver soluções inovadoras que protejam os brasileiros contra fraudes e promovam um ecossistema digital mais seguro para todos”. A cooperação entre as duas instituições se concentrará em desenvolver mecanismos de proteção robustos, ajudando a combater ataques cibernéticos no setor financeiro.
A parceria ocorre em um contexto de crescente preocupação com a segurança digital no Brasil, especialmente após o aumento das fraudes financeiras nos últimos anos. Em maio deste ano, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgou um levantamento alarmante no qual 20% dos entrevistados relataram terem sido vítimas de fraudes financeiras nos últimos 12 meses, o que representa cerca de 7,2 milhões de consumidores.
Entre os principais golpes identificados pela Febraban estão os golpes via celular, como o uso indevido do número 0800 ou da falsa Unidade de Resposta Audível (URA), além da clonagem de aplicativos de mensagem como o WhatsApp e phishing, uma prática que busca obter informações pessoais dos clientes, como senhas, números de documentos e dados bancários. Esses golpes têm se tornado cada vez mais sofisticados, exigindo novas estratégias para mitigar os riscos.
O Anuário de Segurança Pública de 2023 apontou um aumento expressivo nos golpes cibernéticos no Brasil, com uma alta de 65,2% de 2021 para 2022. Esse cenário reforça a urgência de ações coordenadas entre empresas de tecnologia, instituições financeiras e o governo para proteger os usuários e combater a crescente onda de crimes digitais.
A parceria entre a Febraban e o Google é mais um passo para a construção de um ambiente digital mais seguro, com foco na proteção dos consumidores contra o aumento das fraudes e na promoção de soluções tecnológicas inovadoras para enfrentar os desafios da segurança cibernética no Brasil.
Com as informações da Agência Brasil
Foto: Joédson Alves / Agência Brasil
