Na noite de quarta-feira (13), duas explosões ocorreram em um intervalo de cerca de 20 segundos nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, resultando na morte de uma pessoa e em um grande aparato de segurança no local. A área foi isolada e equipes de bombeiros e militares especializados em explosivos foram acionadas para a ocorrência.
Primeira explosão: carro no estacionamento entre o STF e o Anexo IV
Por volta das 19h30, um veículo explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas do carro, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. O carro, que tinha placa de Rio do Sul, Santa Catarina, pertencia a Francisco Wanderley Luiz, um homem de 48 anos que havia sido candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020, mas não se elegeu.
O proprietário do veículo, que recentemente havia alugado uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, também esteve envolvido na segunda explosão.
Segunda explosão:
Cerca de 20 segundos após a explosão no estacionamento, uma segunda explosão ocorreu na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF, resultando na morte de Francisco Wanderley Luiz. De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, Luiz havia tentado entrar no prédio do STF antes da explosão. Ele jogou um artefato explosivo sob a marquise do edifício, revelou que estava portando outros explosivos e, após ser abordado por um segurança, deitou-se no chão e acionou um segundo dispositivo na nuca.
Antes do atentado, o homem teria compartilhado mensagens pelo WhatsApp, nas quais antecipava sua intenção de cometer suicídio e realizar um atentado com bombas contra pessoas e instituições. A Polícia Civil está investigando as mensagens que indicam o caráter premeditado do ataque.
Reação das autoridades
Imediatamente após as explosões, autoridades tomaram medidas de segurança. A Câmara dos Deputados e o Senado suspenderam suas sessões, enquanto os ministros do STF, que já haviam terminado suas atividades, foram retirados do prédio em segurança. No momento do ataque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia deixado o Palácio do Planalto e, portanto, não houve necessidade de evacuação do local.
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do atentado. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, esteve no Palácio da Alvorada, onde o presidente Lula se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, além de reforçar a segurança nas áreas envolvidas.
O incidente causou grande comoção, com testemunhas relatando “estrondos muito altos” e o rápido movimento de pessoas tentando se afastar da área. Layana Costa, funcionária do Tribunal de Contas da União (TCU), estava em um ponto de ônibus em frente ao STF quando viu o homem com uma sacola e acenando antes de ocorrer a explosão. Carlos Monteiro, dono de um food truck no estacionamento da Câmara, afirmou ter visto o carro em chamas logo após a primeira explosão.
O governo do Distrito Federal também intensificou a segurança na região, com o fechamento da Esplanada dos Ministérios e o envio de efetivos da PMDF para a área.
O perfil de Francisco Wanderley Luiz
Francisco Wanderley Luiz, o responsável pelas explosões, tinha um histórico de postagens em redes sociais que indicavam um alinhamento com teorias conspiratórias de extrema-direita, como as associadas ao movimento QAnon. Em seu perfil no Facebook, ele fazia ataques ao STF, ao presidente Lula e aos presidentes da Câmara e do Senado. Uma hora antes das explosões, Luiz havia publicado mensagens em suas redes sociais, criticando as autoridades e as instituições.
Em 2020, ele foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo Partido Liberal (PL), mas não obteve sucesso na eleição, recebendo apenas 98 votos. Luiz também havia visitado o plenário do STF em agosto de 2023, e postado uma foto do local, acompanhada de uma crítica à Corte.
Após as explosões, o perfil de Luiz foi removido do Facebook.
O caso continua sendo investigado pelas autoridades, e o governo reforçou a segurança na área. As circunstâncias que levaram Francisco Wanderley Luiz a cometer o atentado ainda são analisadas, com ênfase nas mensagens compartilhadas e no seu histórico político e ideológico.
Fonte e foto: Redes Sociais