A esgrima em cadeira de rodas, uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Paralímpicos, estará novamente em destaque na edição de Paris 2024, que começa na quarta-feira, 28 de agosto, e se encerra em 8 de setembro. O Brasil, com uma história de sucesso na modalidade, busca adicionar mais uma medalha ao seu rico histórico, contando com a experiência e a habilidade do principal atleta do país, Jovane Guissone.
História e Conquistas
A esgrima em cadeira de rodas faz parte do programa paralímpico desde a primeira edição em Roma 1960. O Brasil conquistou duas medalhas paralímpicas nesta modalidade, ambas com o gaúcho Jovane Guissone, que se destaca como o principal atleta brasileiro no esporte.
Com 41 anos, Jovane competirá em Paris 2024 em busca de sua terceira medalha paralímpica. Sua trajetória inclui uma vitória no ouro na espada B em Londres 2012 e uma prata na mesma categoria em Tóquio 2020. Além disso, ele conquistou um bronze no Mundial de Montreal 2011, marcando seu nome como o primeiro brasileiro a subir ao pódio em um Campeonato Mundial de esgrima em cadeira de rodas.
“Desde Tóquio, fiz a melhor preparação possível. Estou me sentindo preparado e vou em busca de mais uma medalha para o Brasil. A campanha foi muito positiva e se consegui me manter no pódio nesse ciclo, é sinal de que a preparação está indo bem,” afirmou Jovane.
Desafios e Preparação
Recentemente, Jovane obteve um resultado notável ao conquistar a medalha de ouro na Copa do Mundo de São Paulo em 2022, derrotando o iraquiano Ammar Ali na decisão do florete B. Ele também mencionou uma mudança significativa em sua equipe técnica, agora sob a orientação do treinador Marco Xavier, que trouxe uma nova perspectiva e contribuição para sua preparação.
“Meu novo treinador tem uma visão diferente e uma bagagem na esgrima que tem sido muito importante para mim,” acrescentou Jovane.
Equipe Brasileira e Desafios
A equipe brasileira de esgrima em cadeira de rodas para Paris 2024 será composta por sete atletas, quatro homens e três mulheres. Entre eles está o gaúcho Vanderson Chaves, de 30 anos, que participa de seus terceiros Jogos Paralímpicos. Vanderson enfrentou desafios pessoais significativos recentemente, incluindo perdas materiais devido a enchentes em seu estado natal e o impacto dessas perdas em sua preparação para Paris.
Apesar das dificuldades, Vanderson tem se destacado com conquistas como a prata no florete B nos Campeonatos das Américas de 2016 e 2018, e o bronze na espada B em 2016.
Sobre a Modalidade
A esgrima em cadeira de rodas foi introduzida em 1953 pelo médico alemão Ludwig Guttmann, e é disputada em três tipos de armas: florete, espada e sabre. O esporte é destinado a atletas com deficiência locomotora, incluindo amputações, lesão medular ou paralisia cerebral. As regras de pontuação variam conforme o tipo de arma, sendo baseado no toque da lâmina em áreas específicas do corpo do adversário.
Com 280 atletas, incluindo 255 com deficiência, o Brasil terá a maior delegação já enviada para uma edição dos Jogos Paralímpicos fora do país. Esta participação inclui atletas de 20 modalidades diferentes, superando a marca de 259 participantes em Tóquio 2020 e o recorde de 278 atletas no Rio 2016.
Fonte e foto: Comitê Paralímpico Brasileiro