O projeto Escuta Susp atingiu a marca de mil atendimentos psicológicos desde seu lançamento em maio deste ano. Esta iniciativa é uma parceria entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e tem como objetivo oferecer suporte psicológico especializado a profissionais de segurança pública, como policiais e bombeiros.
Atingindo Diversos Estados
O programa já está em funcionamento em Alagoas, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e Sergipe. Contando com 42 terapeutas capacitados, o Escuta Susp atende agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal e Corpo de Bombeiros Militar, além de peritos criminais.
Acesso ao Atendimento
Para acessar os serviços, os profissionais de segurança pública devem se cadastrar no site do projeto e anexar uma cópia da carteira funcional. As sessões são realizadas online, garantindo acessibilidade e confidencialidade, com agendamentos realizados via e-mail.
A Importância da Saúde Mental
Em entrevista, o professor de psicologia da UFMG e coordenador do projeto, Maycoln Teodoro, enfatiza que não é necessário estar doente para buscar ajuda. Sinais como dificuldades para dormir, alterações no apetite e sentimentos de estresse constante são indicativos de que algo não está bem. Cuidar da saúde mental é um aspecto essencial para o bem-estar, especialmente em profissões de alta pressão.
Compreendendo os Transtornos Mentais
Os transtornos mais comuns entre os profissionais de segurança pública incluem ansiedade e depressão. A ansiedade pode se manifestar como preocupações excessivas, enquanto a depressão traz sintomas como apatia e desânimo. Mesmo sem um diagnóstico formal, a busca por apoio psicológico é fundamental.
Estrutura do Atendimento
O Escuta Susp oferece dois tipos de atendimento: avaliação e aconselhamento, e psicoterapia. Após um cadastro, o policial pode escolher um psicólogo e iniciar as sessões, que variam de acordo com a complexidade do caso. O programa assegura que o atendimento seja realizado em uma plataforma segura, garantindo o sigilo do paciente.
Enfrentando Desafios Específicos
Os desafios enfrentados pelos policiais, como o estresse constante e o acesso a armas, contribuem para altas taxas de suicídio entre esses profissionais. A cultura da “masculinidade” na corporação também impede que muitos busquem a ajuda necessária, pois há um estigma associado à saúde mental.
A Experiência das Mulheres na Segurança Pública
As mulheres enfrentam desafios adicionais em um ambiente predominantemente masculino. Relatos de agressões verbais e falta de equipamentos adequados são comuns. Além disso, a pressão social para serem “fortes” pode impedir tanto homens quanto mulheres de procurarem apoio psicológico.
Fonte e foto: Agência Brasil