Em mais um dia de instabilidade nos mercados financeiros, o dólar comercial registrou um aumento significativo e fechou a R$ 6,069, alcançando o maior valor nominal desde a criação do real, em 1994. A moeda americana subiu R$ 0,068 (+1,13%) em relação ao fechamento de sexta-feira (29), após operar em alta durante todo o dia. A cotação chegou a alcançar R$ 6,09 por volta das 13h, ampliando ainda mais a preocupação de investidores.
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, também teve um dia de altos e baixos, mas terminou com queda de 0,34%, aos 125.235 pontos. O indicador chegou a registrar uma leve alta de 0,13% por volta das 14h50, mas perdeu fôlego nas últimas horas de negociação, refletindo o clima de incerteza.
Impacto da indefinição fiscal no mercado
A volatilidade do mercado foi amplificada pela indefinição em torno do pacote fiscal e das propostas de mudanças no Imposto de Renda, que ainda não foram detalhadas pelo governo. Apesar dos anúncios feitos na última quinta-feira (28), como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, até o momento o governo não enviou ao Congresso Nacional a proposta de emenda à Constituição que limita o valor do abono salarial. Além disso, ainda não foram apresentados os projetos de lei que reformulam a previdência dos militares e que alteram a cobrança do Imposto de Renda.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve durante toda a tarde no Palácio do Planalto ajustando o texto final das propostas, mas a falta de clareza sobre os próximos passos fiscais gerou desconforto entre os investidores, contribuindo para a queda na bolsa e a alta do dólar.
Perspectivas para o mercado
A instabilidade deve persistir nos próximos dias, enquanto o governo finaliza os detalhes das suas propostas fiscais e os investidores aguardam sinais mais claros de como as reformas serão implementadas. A expectativa é que as negociações em torno do pacote fiscal e da nova política tributária continuem a influenciar os mercados financeiros, deixando-os em uma posição de espera até que mais definições sejam feitas.
Com as informações da Agência Brasil e Reuters
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