sábado, 19 de outubro de 2024
“NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE UM POVO
SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA.”

Dois trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão na segunda-feira, 9 de setembro, em Patos de Minas, na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais. A operação foi realizada em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Agência Regional do Trabalho de Patos de Minas (MTE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG), os dois trabalhadores, que são originários de Montes Claros, enfrentavam uma jornada de trabalho exaustiva, das 5h30 da manhã até às 18 horas, todos os dias da semana. As condições nas quais estavam submetidos eram extremamente precárias: viviam em alojamentos inadequados, com alimentação insuficiente e falta de água potável. Além disso, eram ameaçados com dívidas de descontos salariais irregulares, o que os forçava a permanecer nas condições adversas por medo de não receberem os salários.

O procurador do Trabalho Hermano Martins Domingues relatou que, “os dois trabalhadores estavam em situação de extrema vulnerabilidade, trabalhando sem que suas carteiras de trabalho fossem assinadas e sem receber salário há mais de 30 dias. As despesas com transporte e alimentação, vindas de Montes Claros até Guimarânia, seriam descontadas de seus salários”.

Depoimentos das Vítimas

Durante o resgate, os trabalhadores relataram que sofreram com a fome frequente. “Passamos fome pelo menos três vezes por semana e estamos há mais de três dias comendo só arroz e feijão”, contaram aos agentes. Essas condições sublinham a gravidade da exploração a que foram submetidos.

Falta de Segurança e Equipamentos

Além das péssimas condições de alimentação e alojamento, os trabalhadores operavam máquinas sem o devido treinamento e sem equipamentos de proteção individual (EPIs). A falta de segurança no ambiente de trabalho representa um grave risco à integridade física dos trabalhadores. O empregador foi notificado para corrigir imediatamente todas as irregularidades e garantir a regularização das condições de trabalho.

Fonte e foto: PRF

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