Divinópolis tem se destacado pelo preocupante título de município com o maior número de registros de incêndios em vegetação atendidos pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. A cidade lidera essa estatística alarmante, refletindo um problema ambiental que exige medidas urgentes e uma mudança significativa na cultura local.
Desde 2019, Divinópolis tem enfrentado um aumento significativo no número de incêndios florestais. Dados recentes mostram que a cidade não apenas mantém essa posição de evidência, mas também tem visto um crescimento preocupante nos registros de queimadas. A situação se agrava especialmente durante o pico do período de estiagem, que em 2024 se mostrou particularmente severo, com a baixa umidade e altas temperaturas contribuindo para a propagação rápida das chamas.
Resposta Especializada
Em resposta a essa crise, a criação de equipes especializadas no Combate a Incêndios Florestais se mostrou uma estratégia de sucesso na resposta à alta demanda de incêndios. Essas equipes, formadas por bombeiros militares selecionados e equipados com ferramentas e EPIs específicos para o atendimento, têm atuado incansavelmente para controlar e extinguir os incêndios. No entanto, a magnitude do problema frequentemente sobrecarrega os recursos disponíveis, evidenciando a necessidade de uma mudança de cultura, já que muitos incêndios são provocados por ação humana.
Impacto do Período de Estiagem
O ano de 2024 trouxe um período de estiagem severo para Divinópolis, amplificando os riscos de incêndios. As queimadas, além de devastarem grandes áreas de vegetação, têm efeitos ambientais profundos e duradouros. A perda de vegetação resulta em degradação do solo, redução da biodiversidade e emissão de grandes quantidades de CO2 e afetando a qualidade do ar e da água.
Agosto e setembro são meses críticos, marcados por um pico no número de ocorrências de incêndios. Apenas em agosto deste ano, os bombeiros da Sede do 10º BBM em Divinópolis atenderam 221 chamados relacionados a incêndio em vegetação. Em média, foram 7,12 ocorrências por dia.
É importante ressaltar que muitos destes chamados resultam em combates que duram horas e deixam muitos hectares queimados como resultado. Durante esse período, a pressão sobre os serviços de emergência é intensa, e as equipes enfrentaram o desafio de atender os chamados mais graves e conter as chamas antes que causem danos irreparáveis.
Necessidade de Mudança Cultural
Embora a resposta técnica e a criação de equipes especializadas sejam passos importantes, a mudança cultural é fundamental para enfrentar o problema. Ase queimadas tem raízes profundas, muitas vezes associada a práticas tradicionais, como limpeza de lote, renovação de pasto e queima de lixo. No entanto, é essencial que haja uma transformação na maneira como a comunidade lida com o fogo. Educação e conscientização são cruciais.
Conclusão
Divinópolis, com sua liderança de incêndios de vegetação, enfrenta um desafio significativo que vai ao limite da capacidade das equipes de combate a incêndio. Somente com uma mudança de cultura e uma colaboração contínua entre autoridades e a comunidade será possível enfrentar efetivamente a situação e proteger o meio ambiente para as futuras gerações.
Fonte e Fotos: CBMG