Neste Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, 30 de agosto, fazemos uma pausa para refletir sobre as inúmeras famílias que enfrentam a angústia da ausência de entes queridos. Este dia destaca o trabalho árduo de forças de segurança e o esforço contínuo para localizar essas pessoas. No estado, os esforços dos policiais civis resultam na localização de 14 pessoas desaparecidas por dia.
Trabalho das Forças de Segurança
Na capital, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) conta com a Divisão Especializada de Referência à Pessoa Desaparecida, que se ocupa dos casos locais. No interior, cada delegacia do município onde a ocorrência foi registrada assume a responsabilidade pela investigação dos desaparecimentos.
Mobilização Nacional de Identificação e Busca
Em uma ação significativa, o Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançou na segunda-feira (26), a Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas. A campanha será realizada em três fases, utilizando técnicas avançadas de identificação genética e papiloscópicas.
A primeira fase, que vai até sexta-feira (30), se concentra na coleta de amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. O procedimento é realizado através da saliva, e é necessário apresentar o boletim de ocorrência do desaparecimento. São quase 300 pontos de coleta espalhados pelo Brasil, visando maximizar o alcance da iniciativa.
Durante o evento de abertura, a coleta de DNA foi feita por Ana Paula Farias Lima, filha de José Gomes Lima, desaparecido há três anos no Distrito Federal. Ana Paula expressou sua esperança: “Tenho esperança de ter uma resposta, porque quem perde um ente querido acorda todos os dias com a esperança de encontrá-lo e dorme com uma dor muito grande no coração por não ter notícias.”
Objetivos e Fases da Campanha
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a importância humanitária da mobilização: “O primeiro aspecto dessa mobilização é o humanitário, porque o encontro de um ente querido faz cessar uma dor. Portanto, é uma questão que diz respeito aos direitos humanos.”
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, também ressaltou a importância do evento: “Com um ato tão singelo, aumentamos em vários níveis o percentual de sucesso no encontro das pessoas desaparecidas. ” Ele garantiu que as amostras coletadas serão usadas exclusivamente para identificação, sem outros propósitos.
A segunda fase da mobilização focará no recolhimento de impressões digitais e material genético de pessoas vivas com identidade desconhecida. Na terceira fase, será realizada uma análise do passivo, comparando impressões digitais de corpos não identificados com registros existentes nos bancos de biometrias, integrados à Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG).
Estatísticas e Impacto
Entre janeiro e agosto de 2024, 45.670 pessoas foram registradas como desaparecidas, com 29.498 do sexo masculino e 15.833 do feminino. Desse total, 12.148 tinham até 17 anos e 32.415, mais de 18 anos. Até agora, 30.016 pessoas foram localizadas, incluindo 10.736 do sexo feminino e 17.931 do masculino. Dentre as localizadas, 7.654 eram menores de 17 anos e 20.887 tinham mais de 18 anos.
Fonte e foto: Polícia Civil