A taxa de desocupação em Minas Gerais chegou a 5,7% no primeiro trimestre de 2025, segundo a PNAD Contínua divulgada na sexta‑feira (16). Embora represente alta de 1,4 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2024, quando o indicador recuou a um mínimo histórico de 4,3%, o resultado mantém o estado abaixo da média nacional (7%) e à frente de polos industriais como São Paulo (6,2%) e Rio de Janeiro (9,3%).
Na capital mineira, Belo Horizonte, a desocupação ficou em 6,1%. Para Amanda Carvalho, diretora de Monitoramento e Articulação de Oportunidades de Trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), a elevação no começo do ano “é um movimento sazonal” ligado ao encerramento de contratos temporários pós‑Natal. “Apesar da leve oscilação, Minas se mantém em um patamar historicamente baixo e demonstra a resiliência da economia e da geração de empregos”, avalia.
Nível de ocupação resiste
O nível de ocupação alcançou 60,8%, indicando que mais da metade dos mineiros em idade ativa está empregada. A proporção reforça a robustez do mercado estadual mesmo diante da perda temporária de postos.
Dados do Novo Caged corroboram esse quadro: entre janeiro e março foram abertas 75.896 vagas formais, e, desde 2019, o saldo positivo soma 951 mil postos, aproximando o governo da meta de 1 milhão até 2026. “A desburocratização da máquina pública e os investimentos em infraestrutura, além da qualificação profissional, têm sido fundamentais para atrair empresas, estimular o empreendedorismo e manter a empregabilidade em alta”, sustenta a secretária de Desenvolvimento Social, Alê Portela.
Investimentos em alta sustentam mercado
A expansão do emprego se apoia no recorde de investimentos privados captados pelo estado: R$ 475 bilhões desde 2019, média anual de R$ 80 bilhões — montante sete vezes superior ao patamar observado entre 1998 e 2018. O fluxo abrange desde mineração verde a projetos de logística e energias renováveis, diversificando a matriz produtiva e espalhando polos de desenvolvimento por diferentes regiões.
Especialistas apontam que a combinação de ambiente regulatório estável, incentivos fiscais focados em sustentabilidade e melhoria da infraestrutura logística — como a conclusão de trechos estratégicos do corredor ferro‑rodoviário Centro‑Sudeste — sustenta o ciclo de contratações. A expansão de serviços de tecnologia da informação em polos como Belo Horizonte e Uberlândia também ajudou a absorver mão de obra qualificada.
Por Leonardo Souza
Com as informações: Agência Minas
Foto: Júlia Fernandes