Após realizar os trabalhos de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) chegou à conclusão de que a morte de um motorista de aplicativo, de 36 anos, no feriado de 21 de abril, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), trata-se de latrocínio. Um homem, de 19 anos, suspeito do crime, foi indiciado e preso preventivamente, na última sexta-feira (19), em Ribeirão das Neves, também na RMBH, conforme informado em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (24).
Os fatos ocorreram no bairro Kennedy, no início da madrugada. Segundo o delegado Ítalo Fernandes, titular da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) em Contagem, vinculada ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o caso, até então, era tratado como homicídio. “Isso porque a vítima foi morta com diversas facadas – mais de 20 na região do pescoço -, o que não é comum nos crimes de latrocínio”, observa.
No curso das investigações, os policiais levantaram que o suspeito, durante o dia, esteve em um evento na casa de familiares, fez uso de bebida alcoólica e tentou contratar serviço de garota de programa, mas sem dinheiro; inclusive teria feito contato com amigos para obter uma quantia, sem sucesso. Quando chegou em casa, então solicitou o serviço de aplicativo até um shopping em Contagem.
“Essa corrida iria se encerrar por volta de 1 hora, horário em que o shopping já estaria fechado. Ficou claro que o único objetivo que ele tinha era subtrair bens do motorista”, pontua Fernandes ao acrescentar que, naquele dia, por questões de saúde da filha, a vítima teria passado o dia com ela e começado a trabalhar mais tarde. “Foi uma das primeiras corridas que o motorista pegou. Ele não tinha dinheiro, então certamente isso causou a fúria do suspeito”, completa.
Desdobramentos
As investigações apontam que o suspeito sentou no banco traseiro, atrás do motorista. “Não tendo sucesso com o crime patrimonial que almejava, ele executou a vítima, a tirou do veículo, manteve a condução, inclusive tentou aceitar uma corrida de outra pessoa que tinha solicitado, mas a solicitação acabou sendo cancelada”, conta o delegado.
Ainda segundo Fernandes, em seguida, o suspeito foi até um lugar ermo e descartou os objetos da vítima. Depois, levou o carro para outro endereço, fez fotos e verificou o valor de mercado do veículo. “No dia seguinte, ele voltou a esse local e foi filmado por uma câmera de segurança tirando foto do veículo, o que nos ajudou a identificá-lo. Nesse momento, ele estava usando uma camisa de time de futebol, que coincidiu com a que ele estava vestido no dia que cumprimos busca e apreensão na casa dele”, informa.
O delegado explica que o celular do suspeito foi recolhido e analisado. O investigado, até então sem mandado de prisão contra ele, foi ouvido na delegacia. Dando sequência às apurações e reunidos os elementos, a PCMG representou pela prisão do suspeito.
Prisão
De acordo com o titular da DEH, no curso das apurações, o suspeito chegou a ir para casa de familiares no estado do Ceará. Acabou retornando para Ribeirão das Neves, na RMBH, onde morava, mas em seguida teria ido para Raul Soares, na Zona da Mata mineira.
Parte da equipe da Delegacia Especializada se deslocou até o município na última quinta-feira (18). Lá, os policiais tiveram informações de que o suspeito havia retornado e deveria estar em Ribeirão das Neves, onde foi preso pela equipe de prontidão da DEH, na última sexta-feira (19), após monitoramento.
O suspeito foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da Justiça.
Fonte e foto: PCMG