Há três anos uma espiral de insegurança crescente e aparentemente incontrolável, marcada pela presença de mais de 77 quadrilhas armadas, conforme dados da Comissão Nacional de Desarmamento, Desmantelamento e Reintegração (CNRDDR). A situação atual vai além do simples crime organizado, refletindo a incapacidade do Estado de exercer um controle efetivo sobre a violência no país.
O aumento do poder das gangues, conhecidas localmente, é alarmante. A CNRDDR, reativada em 2016 após ter sido dissolvida em 2011, tinha como missão clara a promoção da paz e a redução da violência. No entanto, o governo de facto liderado por Jovenel Moïse e seu partido PHTK demonstraram um retumbante fracasso, evidenciado por dados preocupantes: atualmente, mais de 500 mil armas circulam no Haiti, das quais apenas 45 mil estão legalizadas. Este número de armamentos ilegais dobrou nos últimos cinco anos, conforme informações da Polícia Nacional de 2016.
A gravidade da situação é acentuada pelo recrutamento crescente de crianças pelas gangues armadas. Um recente relatório da Human Rights Watch revelou que a fome extrema e a falta de oportunidades estão levando os meninos a se alistarem, enquanto as meninas enfrentam abusos sexuais e são forçadas a realizar trabalhos domésticos.
A precariedade da segurança no Haiti é uma preocupação urgente, e a comunidade internacional observa atentamente o desdobrar dessa crise. A necessidade de um esforço coordenado para restaurar a ordem e proteger os cidadãos é mais premente do que nunca, à medida que o país luta contra um ciclo de violência que afeta todos os aspectos da vida cotidiana.
Fonte : Agência Brasil
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