Apesar de sua emancipação datar de 28 de abril de 1992, Santana do Paraíso tem uma vasta história – uma das mais antigas da Região Metropolitana do Vale do Aço.
Os primeiros registros conhecidos do município datam de 1809, durante o reinado de Dom João VI. A região era inóspita e foi entregue à corte portuguesa como parte do projeto de civilização dos nativos Nack-ne-nuck. Dom João determinou que as terras passassem a pertencer à 1ª Divisão Militar do Rio Doce.
De acordo com o historiador Osvaldo Aredes Louzada Filho, a maior dificuldade na época era encontrar pessoas que enfrentassem a mata densa, os nativos e a febre, fazendo com que o rei português reestruturasse as divisões militares e nomeasse o francês Guido Marliére como administrador geral em 1819, que foi o responsável por abrir as estradas que, mais tarde, permitiram a passagem dos tropeiros.
O historiador também sustenta que o processo de ocupação do município tem grande participação dos tropeiros – o local onde se construiu a cidade era um ponto de parada desses viajantes, que faziam a rota ligando a região do Calado, onde hoje é Coronel Fabriciano, ao município de Ferros. A cachoeira do Engenho Velho, ou Taquaraçu, no centro da cidade, era a preferida pelos tropeiros para o seu descanso. As tropas foram aumentando, e a margem da cachoeira acabou se transformando num importante centro comercial – o primeiro do município. Aliás, Taquaraçu foi o primeiro nome do município, e recebeu este nome por conta de um tipo de vegetação muito comum, que significa “grande bambu”.
Com a chegada da Estrada de Ferro Vitória-Minas no início do século XX, a região passou por um grande crescimento demográfico. Ao invés dos tropeiros, quem se destacava eram os boteiros, responsáveis pelo transporte de mercadorias que passava pela linha férrea que atravessava o atual bairro de Ipaba do Paraíso.
Com a chegada das siderúrgicas, Santana do Paraíso viveu uma nova transformação – em seu território, foi construído o aeroporto da Usiminas, junto com o Distrito Industrial, que hoje conta com grandes empresas às margens da BR-381.
Além de sua importância econômica e demográfica, o município também possui atrativos turísticos, como trilhas, matas e cachoeiras abertas à visitação. Um dos destaques é a Cachoeira do Engenho, que faz parte da história da cidade. Hoje integrada ao núcleo urbano, a cachoeira é abastecida pelo córrego do Achado e foi transformada em Área de Proteção ambiental (APA).
Com informações de Jakson Goulart
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