No Dia Internacional da Educação, celebrado em 24 de janeiro, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) lançou oficialmente o Projeto Ginga, uma iniciativa em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, o Instituto AGÔ e a Plataforma Semente, com o objetivo de promover a educação antirracista e valorizar a diversidade nas escolas da rede estadual de Minas Gerais.
O Projeto Ginga, lançado em 4 de dezembro de 2024, tem a duração de 18 meses e atingirá cerca de 3.400 escolas estaduais, alcançando aproximadamente 1,7 milhão de alunos em todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino do estado. Este projeto é especialmente relevante, visto que 62% dos alunos que participam dessa rede de ensino se autodeclaram negros, destacando a necessidade urgente de uma educação que valorize a identidade e a história afro-brasileiras.
O racismo estrutural ainda é uma realidade presente na sociedade brasileira e impacta diretamente a vida de muitos jovens, especialmente os negros. Diante disso, a escola, como espaço de formação, tem um papel fundamental na transformação dessa realidade. O Projeto Ginga surge como uma resposta a essa necessidade, buscando promover a diversidade e a equidade dentro das instituições de ensino, com o objetivo de combater o racismo estrutural e garantir um ambiente educacional inclusivo.
Objetivos e metodologia
O objetivo central do Projeto Ginga é promover a Educação Antirracista nas escolas da rede estadual, sensibilizando e capacitando educadores e estudantes para que possam desenvolver práticas pedagógicas que respeitem e celebrem a diversidade, ao mesmo tempo em que combatem a discriminação racial. Ao longo do projeto, serão realizadas atividades que incentivem a reflexão sobre a identidade racial e a importância do combate ao racismo.
A metodologia adotada pelo projeto é inovadora e baseada na pedagogia da diversidade. Ela se caracteriza por ser contínua e formativa, permitindo que as ações de conscientização e formação sejam realizadas de maneira progressiva e integrada ao cotidiano escolar. Algumas das principais ferramentas utilizadas são:
- Pílulas de Conteúdo: Materiais rápidos e objetivos que fornecem informações relevantes sobre a temática racial, de fácil compreensão e aplicação no dia a dia escolar.
- Cartilha de Verbetes para uma Educação Antirracista: Um material de referência que traz definições, reflexões e orientações para promover uma abordagem mais inclusiva e antirracista no ambiente educacional.
- Diretrizes Pedagógicas Propositivas: Guias didáticos que oferecem roteiros para o uso de vídeos e cartilhas, com o intuito de facilitar a implementação das práticas antirracistas nas escolas da rede estadual.
Esses recursos visam não apenas sensibilizar os alunos, mas também capacitar os professores e a comunidade escolar como um todo para que se tornem agentes de mudança, construindo um ambiente mais justo e acolhedor para todos.
Impacto
O Projeto Ginga busca transformar a realidade educacional de Minas Gerais, proporcionando uma educação que reconheça e valorize as diferentes identidades culturais presentes no estado. Ao promover uma educação antirracista, o projeto contribui para uma sociedade mais igualitária, onde todos os indivíduos, independentemente de sua cor ou origem, possam se sentir valorizados e respeitados. Com um trabalho contínuo, o Ginga tem o potencial de deixar um legado duradouro nas escolas estaduais e no futuro dos estudantes de Minas Gerais.
Com as informações do MPMG
Foto: Divulgação / MPMG