Encontrar um equipamento público onde seja possível ter acesso gratuito à alimentação, descanso e higiene. E ainda ter ali profissionais que a orientem sobre como tirar um documento, obter atendimento médico, retomar os estudos ou como restabelecer os vínculos familiares. Para as mulheres em situação de vulnerabilidade social, com trajetória de vida nas ruas de Belo Horizonte ou em uso prejudicial de álcool e outras drogas, esse lugar é o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM). No balanço anual de 2024, o local atingiu a marca de 754 mulheres atendidas, sendo 404 delas novatas, superando a meta prevista para a ocasião, que era de 500 beneficiadas. Como uma mesma mulher acessa o equipamento mais de uma vez, o total contabilizado foi de 2.315 atendimentos no ano.
O CIAM é coordenado pela Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção (SMSP) e oferece acolhimento a mulheres que chegam à unidade por demanda espontânea ou pela busca ativa, realizada pelas equipes do Consultório de Rua, da Secretaria Municipal de Saúde, e do Serviço Especializado em Abordagem Social, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH).
O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h e tem capacidade para atender até 35 mulheres por dia em sua sede, na rua Nohme Salomão, 73, onde é oferecido café da manhã, almoço, lanche da tarde e estrutura para lavagem de roupa, descanso, banho e uso do telefone, além de uma área para atividades coletivas. De acordo com a equipe a Diretoria de Prevenção Social da SMSP, que administra o equipamento, a alimentação é a oferta mais procurada, seguida do banho, que dá direito a toalhas higienizadas e um kit individual de produtos de higiene pessoal.
Perfil
A diretora de Prevenção da SMSP, Márcia Alves, explica que as mulheres que demandam tratamento médico são encaminhadas para acompanhamento nos Centros de Saúde ou para outros tipos de serviço, de acordo com cada situação. “São realizadas também atividades de prevenção e promoção da saúde, a partir da estratégia de redução de danos, garantindo uma proteção social integral. Visando o estabelecimento de vínculos e a garantia da continuidade dos atendimentos, as usuárias são cadastradas e inseridas nos serviços e programas socioassistenciais”, acrescenta.
Com base nos dados coletados durante os atendimentos, é possível definir o perfil do público do CIAM: 82% são mineiras, 10% de outros estados do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro ou Espírito Santo) e 5% do Nordeste, sobretudo da Bahia. Dentre as mineiras, 55% são de Belo Horizonte e 10% da Região Metropolitana, sendo o restante de diferentes cidades do interior.
Quanto à raça, 53% se declaram pardas, 36% pretas e 10% dizem ser brancas. Já a faixa etária varia de 18 a 70 anos, com 40% não informando a idade exata, 18% alegando ter entre 30 e 39 anos, 17% têm entre 40 e 49 anos, e 14% informam ter entre 20 e 29 anos. E no quesito do gênero, 85% são mulheres cis e 15% são mulheres transgênero.
Já com relação a serviços ofertados o CIAM, ao longo de 2024 foram servidos 7.649 almoços, 5.446 banhos, 7.018 cafés da manhã, 2.140 lanches da tarde, 512 lavagens de roupa e doadas 4.832 peças de roupas. Foram realizadas também 333 ligações telefônicas, que contribuíram para o restabelecimento de vínculos familiares e afetivos.
Fonte e foto: Prefeitura de Belo Horizonte