A tensão entre China e Estados Unidos voltou a crescer nesta sexta-feira (11), com o anúncio de Pequim de que vai aumentar para 125% as tarifas de importação sobre produtos norte-americanos. A medida, segundo o Ministério das Finanças chinês, é uma resposta direta ao recente escalonamento promovido por Washington, elevando a já intensa guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
De acordo com informações da agência Reuters, as tarifas, que estavam em 84%, foram reajustadas para 125%. A decisão foi anunciada poucas horas após os Estados Unidos confirmarem que as tarifas sobre produtos chineses agora totalizam 145%, somando uma nova alíquota de 125% a uma pré-existente de 20%.
A escalada tarifária teve início na semana passada, quando o presidente americano Donald Trump detalhou novas tarifas que variam entre 10% e 50% e que passam a ser aplicadas a mais de 180 países — incluindo a China, que já enfrentava taxações anteriores. O governo chinês reagiu prontamente, elevando suas tarifas sobre produtos americanos em 34%, igualando o percentual imposto pelos EUA.
A retaliação chinesa, no entanto, não freou as ações de Washington. Trump impôs mais 50 pontos percentuais em tarifas sobre produtos chineses, aumentando a pressão econômica sobre o país asiático. Ele também deu um ultimato à China, exigindo a retirada das tarifas até a última terça-feira (8), o que não ocorreu. O governo chinês declarou que está preparado para “revidar até o fim”.
Em mais uma tentativa de suavizar o impacto global das medidas, Trump anunciou uma “pausa” nas tarifas para os demais países afetados, reduzindo temporariamente as alíquotas para 10% por um período de 90 dias. No entanto, a China foi excluída desse alívio tarifário.
Nesta sexta-feira (11), a China levou a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC), registrando uma nova queixa contra as tarifas impostas pelos EUA, reforçando o embate no campo diplomático.
A guerra comercial entre os dois países, segue sem solução definitiva. Especialistas alertam para os impactos diretos na economia global, especialmente nos setores de tecnologia, agricultura e manufatura, que dependem fortemente das relações entre EUA e China.
Com informações da Agência Brasil e Agência Reuters/ Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil