O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em outubro, revelou que 8,1% da população brasileira, ou cerca de 16,4 milhões de pessoas, residem em favelas e comunidades urbanas. O levantamento identificou 12.348 dessas localidades em todo o país, um aumento considerável em relação a 2010, quando foram registradas 6.329 favelas, com uma população de 11,4 milhões.
A diferença nos números é atribuída ao aperfeiçoamento tecnológico na coleta de dados, que possibilitou um melhor mapeamento e maior precisão nas informações sobre essas áreas.
As favelas mais populosas do Brasil
De acordo com o Censo 2022, a favela mais populosa do Brasil é a Rocinha, localizada no Rio de Janeiro (RJ), com 72.021 moradores. A segunda colocada é o Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes. Em terceiro lugar, está Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58.527 moradores, seguida pela Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus (AM), com 55.821 pessoas.
Dentre as 20 favelas mais populosas do país, oito estão localizadas na Região Norte, sendo seis delas no município de Manaus. A Região Sudeste concentra a maior parte das favelas, com 7 das 20 mais populosas, enquanto as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul têm uma presença menor no ranking.
Distribuição populacional por estado
Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará concentram 44,7% da população residente em favelas e comunidades urbanas no Brasil. Confira os números absolutos de moradores nesses estados:
São Paulo: 3.630.519
Rio de Janeiro: 2.142.466
Pará: 1.523.608
Além disso, os estados com maior proporção de sua população vivendo em favelas são: Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%).
Concentração Geográfica das Favelas
A maioria das favelas do país está localizada na Região Sudeste, que concentra 6.016 dessas localidades. O Nordeste segue em segundo lugar, com 3.313 favelas, e o Norte ocupa a terceira posição, com 1.438. As Regiões Sul e Centro-Oeste têm uma quantidade menor de favelas, com 1.278 e 303, respectivamente.
Embora o Brasil apresente uma grande concentração de favelas nas grandes metrópoles, o estudo do IBGE destaca que muitas dessas comunidades estão situadas em áreas periféricas, com desafios significativos de infraestrutura, segurança e acesso a serviços básicos.
O impacto do censo
O Censo 2022 oferece um panorama mais claro sobre as condições de vida nas favelas e comunidades urbanas, permitindo políticas públicas mais direcionadas para essas áreas. O aumento no número de favelas identificado pelo IBGE também reflete um maior conhecimento sobre o território e a realidade socioeconômica das populações que vivem em condições de vulnerabilidade.
Essa pesquisa contribui para entender melhor as desigualdades e os desafios enfrentados por essas comunidades, ajudando a traçar estratégias mais eficazes de inclusão e melhoria das condições de vida para milhões de brasileiros que residem nesses locais.
Fonte e foto: IBGE